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Domingo,23 de Novembro

Galeria dos atletas: Bonga, um dos maiores desportistas de Montes Claros

Jornal O Norte
Publicado em 03/01/2008 às 15:56.Atualizado em 15/11/2021 às 07:21.

Heberth Halley


Repórter


www.onorte.net/halley



Depois de um longo tempo o quadro ‘Galeria dos Atletas’ volta, e como destaque de hoje, com um dos maiores desportistas de Montes Claros o professor de Educação Física, ex-jogador de futebol e treinador João Bispo, o popular Bonga, de 63 anos. 



Bonga, natural de Pirapora, conta que veio muito cedo para Montes Claros, que adotou como sua cidade. Relembra que começou a jogar bola no Campo do União, no Cassimiro de Abreu, ainda como jogador de linha, mas logo passa a ser goleiro. Joga em todas as categorias do Cassimiro até chegar ao time amador, com apenas 16 anos. Recorda que naquela época jogou com atletas como Manoelito, Zé Bispo, Nuno, Jomar Macedo, Nilson Espoletão, entre outros. Conta ainda que na época o treinador era Tenente Moura, em seguida João Melo e depois Castilho Pandovani.






Em entrevista ao repórter Heberth Halley, Bonga que jogou no Cassimiro e Ateneu, diz que quer novamente ser presidente do Cassimiro



Bonga diz que a sua estréia como jogador adulto foi contra o América do Rio, quando perderam por 3 a 0. E que em 1962, foi jogar no Paraense, de Pará de Minas.



- Na época tinha vários jogadores de Moc, como Zé Bispo, Chinezinho, Nuno, Manoelito, e foi aí que eles me chamaram para eu jogar, mas fiquei pouco tempo por lá - diz Bonga.



Depois da passagem pelo Paraense, ele volta para Montes Claros, após a morte de seu pai Pedro Bispo. Retorna para o Cassimiro, mas como já tinha três goleiros, vai para o rival Ateneu, da qual o treinador era Kidão. Bonga afirma que ao mesmo tempo em que jogava futebol de campo, jogou também futsal pela equipe do Soçaite e pelo banco da Lavoura. Em 1968, sofre um acidente de carro e quebra a clavícula.



- Depois do acidente nunca mais joguei bola – revela.



Com abandono do futebol, passa a dedicar inteiramente à profissão de treinador. Recorda que o gerente do Banco da Lavoura, Lado, o chamou para ser técnico da categoria de base de futsal, e aceitou. Mais tarde, em 1972, começa a dirigir as equipes do Ateneu. O presidente do Broca era Toninho Rebello. Fica no Ateneu até 74, quando outro grupo entra para comandar o Ateneu. Sai do Broca e volta para o Cassimiro, onde monta o saudoso e inesquecível time conhecido  por “juvenil de Bonga”, que tinha em seu elenco atletas como Hélton Veloso, Dequinha, Carlinho Pingüim, Ildeu, Duílio, Cacau, Zoca, Valdirzinho, Liu, Adilson Cangaia, Chiquinho, Dedim, Carlinho Feio, entre outros. Bonga ressalta que o time foi campeão várias vezes da cidade e que teve a oportunidade de levar o time para um jogo amistoso no Rio de Janeiro contra o Botafogo, e perderam por 3 a 2. Mais tarde, o Botafogo, veio à Moc e houve empate em 0 a 0, no estádio João Rebello, e que até hoje foi registrado a maior renda. Bonga recorda também que na época nove jogadores deixaram o Ateneu para jogar em equipes do Rio de Janeiro.



Depois disso fui chamado para trabalhar do adulto até o infantil do Cassimiro.



- Revelei muitos jogadores para o futebol de Montes Claros – afirma.



Lembra que no final da década de 70, monta um timaço que deixou saudades com o famoso meio-campo formado por Carlinhos Zanata, Fernando Coelho e Jânio. E tinha ainda jogadores como Lelê, Afrânio, Zoca, Proença, Sílvio Moleque, Torresmo, Budé, Didi, Valdir Flávio, Aroldo Dinamite, entre outros.



- Com esse time conquistamos vários campeonatos como campeonato amador, copa da cidade, taça Moc, campeonato regional e ainda ganhamos do Cruzeiro em 1981 por 2 a 0 – recorda Bonga.



Bonga também trabalhou em vários outros lugares, como a Escola Normal de 72  a 2001, onde se aposentou. No Colégio Marista São José, desde 1969, onde também tinha o ‘time de Bonga’ e na Metalúrgica Norte Mineira, em 1983, da qual era o responsável pela área de esporte da empresa. Lembra que lá venceu a olimpíada operária de várias modalidades como futsal, futebol de campo, vôlei, basquete, atletismo, entre outras e saiu em 2001, quando a empresa foi transferida para Contagem. 



Com a responsabilidade de trabalhar com todas as categorias no Cassimiro, Bonga, conquistou vários títulos em todas as categorias, infantil, juvenil, júnior e amador. Venceu a copa sociedade em 90, tricampeão do júnior, penta-campeão infantil, bicampeão de escolinha e seu último título amador foi em 97. 



No ano seguinte, Bonga que era presidente, deixa o Cassimiro. No ano passado já manifestou interesse em voltar para ser presidente, após convite do presidente do Conselho deliberativo, José Maria Melo. 



- Saí do Cassimiro há 10 anos, e na época José Maria Melo, disse que tinha um candidato para presidente do clube, porque eu não queria ficar mais no clube. Passado todo esse tempo, ele me fez o convite para voltar, mas pelo que parece o estatuto consta que só pode se candidatar os 32 sócios. Mas fizemos uma pesquisa, e temos apoio de 23 sócios. Não sei se pode mudar o estatuto, sei que o presidente do conselho me convidou e aceitei candidatar para presidente. Quero me candidatar e vou até o final. Se caso não seja presidente, serei alguma coisa dentro da diretoria – frisa Bonga.



Desde 2005, Bonga trabalha em São João da Lagoa que tem parceria com o Cruzeiro. Lá foi bicampeão escolar, infantil, mirim, juvenil de futsal da copa Inter TV e campeão amador adulto.



Ao longo dos anos recebeu diversos prêmios como Medalha Deusdará, Troféu Bola Cheia Marcelino Paz do Nascimento, Prêmio Sol concedido por Magnus Medeiros, Personalidade Esportiva Norte Mineira promovida por Theodomiro Paulino, Prêmio personalidade esportiva pela OAB, Medalha 150 anos de Montes Claros e troféu e diploma das 150 personalidade de Montes Claros, promovida pelo jornal O NORTE, entre outros.



PERFIL



· Jogo inesquecível: Quando eu jogava pelo Cassimiro, em 1966, no campo do Ipê. O Ipê tinha um timaço. O jogo estava 0 a 0 e no fim do jogo, um jogador deles chuta a bola, não lembro quem, e eu faço uma bela defesa. O árbitro da partida pára o jogo e me cumprimenta pela defesa.



· Título inesquecível: Todos foram bem-vindos. Mas me recordo de um, como treinador. Creio que em 1992. Cassimiro 2 a 1 Matsulfur. O presidente da Liga era Idelmo Higino, o jogo estava 1 a 0 para a Matsulfur, aos 46 minutos do segundo tempo ele me chama e diz que deixaria o troféu de vice para o Cassimiro, e o de campeão para a Matsulfur, pois ele teria um compromisso. A bola estava no ataque e Israel faz o gol do empate. Na prorrogação nós viramos e somos campeão.



· Principais características: Não era um jogador de alto nível técnico. Mas tinha muita raça e vontade. Motivava muitos meus colegas.



· Melhor defesa: Não foi uma defesa, foram dois pênaltis que peguei em um jogo contra o Cassimiro. Na época jogava pelo Ateneu. Peguei um pênalti de Geraldo Lopes e outro de João de Júlio. Mesmo assim perdemos por 1 a 0.



· Maior tristeza no futebol: Graças a Deus não teve. Para ganhar a gente tem que está preparado para perder.



· Maior alegria no futebol: Quando seu trabalho é reconhecido. Não é um trabalho só seu, mas de todo um grupo, da comissão técnica e dos jogadores.



· Melhor goleiro que viu jogar: Buião e Osias



· Melhor jogador que viu jogar: Foram tantos. Posso citar Jomar Macedo, Benê, Nicomedes, Sabará e Jânio.



· Monte um seleção de todos os tempos: Buião, Marcelino, Nicomedes, Sabará, Toni Ceguinho, Carlinho Zanata, Benê, Jânio, Estrelinha, Manoelito e Jomar Macedo.

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