De acordo com Ubiratam Lopes Correia, instrutor do SAMU, o homem não tem cultura de fazer check-up, o que colabora para os riscos à saúde de um atleta de fim de semana. De acordo com o instrutor, os exames de prevenção poderiam evitar casos, por exemplo, de morte súbita durante a prática de atividades esportivas.
- O homem, que é o que mais pratica o futebol durante o fim de semana, não tem costume de realizar periodicamente exames preventivos. Isso o coloca em riscos, pois uma orientação quanto aos seus limites é essencial para o desempenho esportivo – orienta.
Segundo Ubiratam, se os homens adotassem a cultura de fazer exames cardiológicos preventivos, o trabalho das unidades de emergência seria reduzido de maneira significativa, pois boa parte dos atendimentos estão relacionados a problemas cardiológicos que são originados, em muitos casos, pelo sedentarismo.
Ainda de acordo com o instrutor, os atletas muitas vezes sentem algum sintoma, mas não conseguem identificar as causas. Isso faz com que a pessoa só identifique o que está acontecendo quando está realmente tendo um ataque cardíaco.
- Um dos sintomas que identifica uma parada cardíaca pode ser simplesmente uma azia, o que pode ser imperceptível quando o atleta pratica algum esporte, pois o corpo todo está quente. Todos acham que os sintomas clássicos de parada cardíaca é uma forte dor no peito ou no braço, mas isso é muito relativo e muitas vezes esses sintomas não se manifestam – alerta.
Para a prática de exercícios sem risco à saúde, o instrutor dá algumas orientações para os atletas de fim de semana e até mesmo para os esportistas regulares.
- O importante é fazer um check-up antes de praticar qualquer esporte. Não importa se a frequência da prática é semanal ou diária, é imprescindível fazer constantemente exames de prevenção. É um erro achar que só os obesos ou fumantes podem sofrer um ataque cardíaco durante uma atividade física. Todas as pessoas devem se prevenir antes de qualquer esforço físico – orienta.
FALTA DE TEMPO
Sedentarismo e prática ocasional de esportes é o caso de Igor Barbosa Damasceno, de 25 anos. Igor afirma que não tem uma periodicidade definida para a prática de seu esporte favorito, o futebol, mas costuma jogar pelo menos uma vez a cada duas semanas.
- Pratico esportes ocasionalmente, não dá para fazer uma estimativa. No mês passado, por exemplo, eu joguei todos os sábados, esse mês eu ainda não joguei, mas regularmente eu jogo um final de semana sim e o outro não – afirma.
O jovem afirma ainda que nunca passou por qualquer avaliação médica para desempenhar uma atividade física, mas reconhece a importância de um check-up para a prática esportiva.
- Nunca passei por nenhum médico. Sei que é importante a avaliação de um profissional, pois com o coração não se brinca. Já passei mal uma vez ao jogar futebol, quando minha pressão caiu bruscamente, mesmo assim não tomei a iniciativa de procurar uma ajuda médica – afirma.
Igor garante que não procura um médico por falta de tempo, e atribui também ao tempo a falta de exercícios de maneira mais constante. O jovem garante ter consciência do risco a que está submetido e considera a possibilidade de buscar um apoio profissional para a prática de esportes.
- A falta de tempo não me permite ir constantemente a um médico para fazer exames e obter uma avaliação sobre os meus limites no esporte. Mas sei da importância disso e espero fazer este acompanhamento tão logo tenha uma maior disponibilidade – assegura.