Logotipo O Norte
Domingo,23 de Novembro

Esporte rico praticado por pobres: Ciclistas de Montes Claros comentam sobre a falta de apoio com relação à modalidade, e dizem que andam na raça devido o esporte ser elitizado

Jornal O Norte
Publicado em 21/11/2007 às 11:59.Atualizado em 15/11/2021 às 08:23.

Heberth Halley


Repórter


www.onorte.net/halley



O ciclista Sebastião Batista Amorin, segundo lugar geral no ranking montes-clarense na categoria elite, e Paulo Afonso Andrade Silva, que terminou também na vice-liderança do ranking de Montes Claros na categoria máster, em entrevista a O NORTE contam como começaram as carreiras como ciclistas, falam da dificuldade em competir com a falta de apoio e o que precisam para novas revelações.






Os ciclistas Paulo Afonso e Sebastião Amorin, que terminaram


em segundo lugar no ranking de Montes Claros, falam


do ciclismo de Montes Claros (foto: WILSON MEDEIROS)



- Em Montes Claros andamos na raça – diz Sebastião Amorin se referindo a falta de apoio das grandes empresas com relação ao esporte. O ciclista que agora reside em Januária após ter sido aprovado em concurso público, teve o apoio da Soebras, até no meio do ano, quando foi aprovado.



- Agradeço muito a Soebras que me deu todo apoio durante o tempo em que fui patrocinado pela empresa. Sou muito grato pelo apoio – disse Sebastião Amorin.  



O ciclista Paulo Afonso destacou que correr hoje em Montes Claros é muito complicado, pelo fato de ser um esporte elitizado e com a maioria dos ciclistas com poucas condições financeiras.



- O ciclismo é um esporte caro e em Montes Claros as pessoas que competem são pessoas com nível social médio/baixo. Uma bicicleta dessas não é barata, uma peça é muito cara e seria interessante ter um apoio de alguma empresa para poder arcar com essas despesas, além de outros gastos, como viagens – explica Paulo Afonso.



INÍCIO



Sebastião Amorin, que recebeu o troféu Bola Cheia Marcelino Paz do Nascimento deste ano como o melhor ciclista de Montes Claros de 2006 na categoria speed, conta que sua carreira tem pouco tempo.



- Após o acidente que tive, da qual faturei  várias partes do corpo, fiquei sete meses só andando de cadeira de rodas. O fisioterapeuta me indicou andar de bicicleta, foi aí que comecei a tomar gosto pelo esporte em 2003. Nesses dois últimos anos que comecei a competir com mais seriedade, e estou até hoje - diz Amorin, que é um dos grandes ciclistas da atualidade da cidade.



O ciclista especializado em circuito já participou de várias provas no Brasil como a prova da Inconfidência, mineiro, entre outras. No GP de Montes Claros, este ano, ficou em segundo lugar. 



Paulo Afonso relembra que começou com viagens de bicicleta com seu amigo Farley Murion, depois conheceu a turma da competição, entre eles o desportista Juan Farina e há 13 anos vem competindo, sendo um dos principais ciclistas da cidade. Já foi bicampeão de montanha, sua especialidade em 2003 e 2004. Participou do campeonato brasileiro, da qual ficou em décimo primeiro lugar, em 2003, e terceiro no mineiro e chegou em quinto lugar na prova da Inconfidência, dentre outras. No GP de Moc ficou em quinto.



CICLISMO DE MOC



Os dois ciclistas dizem que Montes Claros tem muitos talentos, mas volta a bater na tecla na falta de apoio. Destacaram que este ano foi um dos melhores em nível de organização, com várias provas e apoio logístico de empresas como secretaria adjunta de esportes de Moc, Transmontes, corpo de bombeiros, polícia rodoviária Federal, entre outras. 



- Este foi o melhor de todos os anos, pois nunca teve essa organização. O desportista Juan Farina está de parabéns nas realizações e promoções das provas, que teve muita segurança – destaca Sebastião Amorin.



Ele ressalta ainda que, está faltando novas revelações no ciclismo, e entende que para isso acontecer é preciso divulgação, apoio da imprensa e dos empresários. Lembra que as características das estradas da cidade de Montes Claros são das melhores, pois tem subida, descida, retas, entre outras, além do clima bom. Salientou ainda da importância de ser federado, até mesmo para participar de outras provas no Brasil .Ressaltou também que durante o GP de Moc os ciclistas que vieram de fora, principalmente o vencedor da prova, Rogério Pacheco, destacou o circuito como um dos melhores do país.   



Além de competir, os ciclistas dividem o tempo com o trabalho. Paulo Afonso, por exemplo, diz que o tempo para treinar é durante a ida e volta do trabalho.



- Acordo 5h20 da manhã para ir para o trabalho e vou de bicicleta, pois não tenho tempo para treinar, e à noite estudo, fica difícil. Treino também nos fins de semana, explica Paulo Afonso que também faz musculação e tem o apoio da Tornearia Meira, do proprietário Augusto Meira.



Sebastião Amorin conta que nesses últimos meses após a aprovação no concurso público mudou a rotina de treinos, e espera adaptar para voltar aos treinos agora em Januária e contar com apoio novamente da Soebras para as provas.



Os dois disputam nesse fim de semana, 24 e 25 de novembro, em Sete Lagoas, juntamente com Oséias Cardoso, Edmilson Rodrigues e Cássio André, o campeonato mineiro de ciclismo e acreditam que podem conseguir um bom resultado.

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por