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Quinta-Feira,28 de Novembro

Erros em série

Caso Rogério Ceni é uma história em que sobrou equívoco para todo lado

Alexandre Simões
27/09/2019 às 09:24.
Atualizado em 05/09/2021 às 21:58

(BRUNO HADDAD/CRUZEIRO)

“O que começa errado, termina errado”. O ditado popular é perfeito para o momento cruzeirense neste Caso Rogério Ceni, pois a passagem do treinador pela Toca da Raposa II durou apenas 46 dias, pois sua demissão foi confirmada nesta quinta-feira (26).

O histórico do treinador no Fortaleza deixava evidente que ele teria sérias dificuldades no comando da Raposa, que tem um grupo de idade avançada e que não praticava um futebol de intensidade sob o comando de Mano Menezes.

A chegada de Ceni significou uma ruptura na maneira de jogar do Cruzeiro. E a falsa impressão provocada pelos 2 a 0 sobre o Santos, na estreia, numa partida em que o adversário jogou o tempo todo com um a menos, criou uma expectativa que nunca foi correspondida.

Assim como a diretoria, o próprio treinador também errou na condução da carreira. Tinha uma situação sólida no Fortaleza, mas optou pela mudança. E sabia que os principais jogadores do grupo cruzeirense não se encaixariam na sua maneira de pensar futebol.

Sem suporte, pois a diretoria tem como atribuições maiores a briga política do clube e se defender das sérias acusações que recebe desde 26 de maio, quando o programa “Fantástico”, da Rede Globo, apontou uma série de irregularidades na gestão cruzeirense, Ceni ficou sozinho na batalha de tentar mudar a característica de jogo do Cruzeiro. 
 
DECLARAÇÕES
Desde o início era evidente que Thiago Neves, Robinho, Fred, Edílson e outros jogadores não se encaixavam na maneira de jogar pretendida por Rogério Ceni.

Desamparado, o treinador escolheu o caminho que decretou a sua queda: “dar recados publicamente, em entrevistas coletivas”. E o pior, passou a ser rebatido pelas principais lideranças do grupo da mesma forma.

E, no pouco mais de um mês que Rogério Ceni passou na Toca, foram várias as indiretas em coletivas dele ou entrevistas de jogadores, como Edílson, Thiago Neves e Dedé. A coisa chegou a um ponto, que o goleiro Fábio manifestou sua preocupação, num recado direto.

Na época, pensou-se que era apenas para Thiago Neves, que cobrou o treinador pelas improvisações na derrota de 3 a 0 para o Internacional que decretou a eliminação na Copa do Brasil, mas o goleiro estava se referindo a todo o bate-boca que tinha se instalado no clube. E que já comprometia o vestiário.
 
JOGADORES
Por fim, há ainda o erro de vários jogadores. Em toda a sua passagem pela Toca da Raposa II, Ceni deixou evidente que vários atletas não tinham as condições físicas ideais, algo que ele com certeza sabia antes mesmo de chegar ao clube, pois acompanhava os jogos.

De toda forma, por que o preparo físico de alguns jogadores do Cruzeiro é tão baixo a ponto de comprometer o rendimento do time? Erro da comissão técnica anterior ou falta de compromisso dos atletas?

Uma certeza é que o Caso Rogério Ceni é apenas mais um dos vários erros que o comando do futebol cruzeirense vem cometendo desde o ano passado. Os de 2018 foram mascarados pelo título da Copa do Brasil. Os de 2019 podem custar o inédito rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro.

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