Na última quarta-feira foi apresentado para a comunidade esportiva e demais autoridades o projeto para o time de vôlei representante de Montes Claros que irá atuar na Super Liga Nacional. Projeto envolvente, sem dúvida, e que irá levantar a bandeira de nossa cidade para outras plagas.

O time terá investimentos da ordem de dois milhões e meio, sendo uma cota de uma empresa de telefonia e as outras duas cotas da caixa econômica federal e da Prefeitura, embora o prefeito Luiz Tadeu Leite tenha deixado Claro, e muito Claro, que não é o pai da criança.

Pois é, num exemplo Claro de incentivo ao esporte, a prefeitura vai disponibilizar cerca de 550 mil reais ao time de Vôlei da cidade.

Realmente, um incentivo e tanto.

O vôlei é sem sombra de dúvidas um esporte muito querido e admirado pelo público mundial e brasileiro. Não poderia ser diferente aqui em Montes Claros.

Se ainda somarmos que a frente do projeto está o empresário Felipe Oliveira, o nosso querido Felipe “Saugin”, das faculdades Iseib e pai do craque de vôlei do Minas, Vitor, certamente saberemos que haverá de dar certo.

Todavia, como não poderia deixar de ser, uma pergunta não quer calar na mente de nós, amantes do esporte: Se 550 mil da verba disponível da prefeitura pode ser aplicada no patrocínio do time de Vôlei que deixará Claro que Montes Claros é uma potência nesse esporte, por que parte dessa mesma verba não pode ser aplicada na construção de um estádio municipal ou, na melhoria dos estádios que já temos? É impossível? É difícil?

O dinheiro que se investe no vôlei, não se pode investir no futebol?

Por quê?

O vôlei é melhor que o futebol, com todo respeito aos grandes nomes brasileiros desse esporte?

O Montesclarense, apaixonado como é, não merece que o seu dinheiro, aquele que fica nos impostos municipais ou que é revertido dos impostos federais para os cofres da administração, seja investido na construção do estádio municipal que está virando lenda?

Quero deixar claro aqui que não estou querendo politicamente fazer front ao administrador-mór da cidade ou fazendo firula num momento importante de um trabalho executado pela secretaria esportiva. Reitero que o trabalho tem seu mérito, este do vôlei. Mas, para os que não o sabem, tive um pai que foi um importante jogador de futebol nesta cidade. Ele, como tantos outros nomes, também elevou nossa querida princesa quando atuou jogando o seu brilhante futebol. Ele, como inúmeros jogadores do seu tempo, não viu a construção de um estádio municipal aqui. E, eu, acho que também não verei em vida. Acredito que Laisla ou Luísa Maria também não verão.

Engraçado, que quando eu criança, meu pai me disse que o prefeito Toninho Rebello projetou um tal Mocão para ser construído e entregue ao povo montesclarino. Este projeto passou de mão em mão nas administrações posteriores e quando finalmente foi acolhido pelo governo federal com o repasse de verba colocada a disposição da prefeitura na Caixa Econômica, o projeto parou... andou... parou... andou a passos de tartaruga, e finalmente morreu sem um desfecho feliz.

Agora eu pergunto ao senhor prefeito. Sim, pergunto a ele, por que ele é o superior da cidade, o representante do povo. Não posso perguntar ao meu vizinho e nem ao professor da escola de minha filha. Então eu pergunto, e aguardo uma resposta: Onde está o estádio municipal que o povo tanto merece? Onde está o estádio municipal que meu pai me disse que seria construído naquela época, e que eu acreditei, com sonhos de criança? O que falta, prefeito?

O problema é Aécio Neves?

O reitor Paulo César?

O problema é vontade?

O problema é Ruy Muniz com seu time do Funorte?

Birra?

Dinheiro?

Enfim, prefeito. Não estou criticando seus cento e tantos dias administrativos.

Nem político sou e não pretendo ser. Quero, como cidadão, filho de um desportista, profissional de imprensa no ramo esportivo, torcedor do Glorioso centenário Clube Atlético Mineiro, que sei também ser o seu time do coração, saber quando teremos uma ação definitiva para que possamos ver um estádio municipal à altura desse povo que respira futebol, e desta cidade, que como um celeiro produtivo, revela todos os dias grandes nomes para o mundo futebolístico.

Numa cidade onde a violência tem predominado, um estádio de futebol é o refúgio das famílias e dos pequenos Espoletões, Gontijos, Marcelinos e tantos outros que certamente farão do seu futuro um brilhante, e feliz.

Por favor, me responda.

Aguardo.