(VINNICIUS SILVA/CRUZEIRO)
Com 0,021% de chances de ser campeão brasileiro, segundo os cálculos do site Probabilidades no Futebol, mantido pelo Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tecnicamente pode-se garantir que o ano de 2019 está encerrado para o Cruzeiro, no que se refere aos grandes títulos.
Primeiro dos quatro clubes apontados como favoritos a tudo antes de a bola rolar na temporada a viver esta situação, pois Flamengo, Grêmio e Palmeiras seguem vivos em pelo menos um dos torneios mais desejados pelo clube, o prejuízo técnico é o menor dos problemas para o Cruzeiro, embora seja o mais sentido pelos cruzeirenses.
Vivendo a maior crise financeira da sua história, fruto de administrações desastrosas, o futuro do clube está ainda mais em risco com o fracasso dentro de campo. A previsão de arrecadar R$ 90 milhões com premiações em 2019 não tem mais como ser atingida. Como campeão da Série A, o Cruzeiro chegaria aos R$ 72,4 milhões.
Hoje, como 16º colocado no Brasileirão, e com o que arrecadou nas Copas do Brasil e Libertadores, onde já está eliminada, a Raposa tem garantidos R$ 39,4 milhões. Se chegar à 10ª posição, este valor passa para R$ 45 milhões, exatamente a metade do que era previsto antes de a temporada começar.
A diferença de R$ 45 milhões significa mais que três folhas de pagamento do clube. É quase 25% dos vencimentos do ano. E o Brasileirão traz ainda mais dois quadros, que hoje são negativos, mas o clube e sua torcida podem reverter, embora a tarefa não seja fácil.
PAGAR PARA JOGAR
A única chance de o Cruzeiro disputar a Libertadores do ano que vem, o que significa cotas de participação, rendas altas e a entrada na Copa do Brasil de 2020 já nas oitavas de final, é via Brasileirão.
Neste momento, nove pontos separam o time de Rogério Ceni do Internacional, que abre o G-6, grupo que garante vaga na principal competição de clubes da América do Sul no ano que vem.
O Campeonato Brasileiro pode ter até um G-9, pois hoje clubes que integram o G-6 podem ganhar a Libertadores (Flamengo), Sul-Americana (Corinthians) e Copa do Brasil (Internacional). Isso aumentaria demais as chances cruzeirenses, mas de toda forma, o clube precisa mudar o rumo da sua campanha na competição, onde tem três duros desafios nas próximas rodadas, pois encara Grêmio (Independência), Palmeiras (Allianz Parque) e Flamengo (Mineirão).
Com o sucesso financeiro ligado diretamente ao desempenho técnico, outro desafio cruzeirense no restante do Brasileirão é parar de pagar para jogar. E lucrar com a competição. Atualmente, a renda líquida do clube na Série A é negativa – R$ 116.216,28.
A vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, no último domingo, fez subir para seis o número de jogos em que a Raposa arrecadou menos que as despesas do jogo. Essa conta só foi positiva contra Corinthians e Santos.
Desafios não faltam para que o prejuízo de 2019 seja diminuído nesses últimos três meses de temporada, que se encerra para a Raposa em 8 de dezembro, recebendo o Palmeiras, no Mineirão. Até lá, serão mais 20 jogos, que decidirão qual será a briga do time de Rogério Ceni na rodada final do Brasileirão.