(fotos arquivo pessoal/lLincoln)
Após dois meses de paralisação do futebol devido à pandemia pelo novo coronavírus, o torcedor mineiro vai, enfim, poder matar saudade da bola rolando, em alto nível, mesmo que a distância. No clássico considerado como “mãe de todos os dérbis alemães”, Borussia Dortmund e Schalke 04 se enfrentam amanhã, às 10h30 (horário de Brasília), pela 26ª rodada da Bundesliga, paralisada desde 8 de março. Este duelo, inclusive, marca a vida de dois ex-jogadores do Atlético, que, mesmo rivais em campo durante longos anos, criaram laços para a vida inteira.
Cria da base atleticana, o ex-meia e hoje empresário Lincoln, de 41 anos, nutre carinho enorme por Dedê, ex-lateral-esquerdo, que se tornou grande companheiro no Velho Mundo.
“Dedê é meu irmão. Ele, inclusive, é padrinho do meu filho. Chegamos ao Galo aos 9 anos e depois fomos para a Alemanha, ele primeiro, onde ficamos próximos novamente. Nesses clássicos sempre nos enfrentamos. Era sempre a matéria da semana. Para mim, particularmente, era sempre um prazer jogar contra o meu irmão”, conta Lincoln ao Hoje em Dia.
“Morávamos a 50 quilômetros de distância e nos encontrávamos praticamente três vezes na semana”, acrescenta o ex-meia que atuou na equipe principal do Atlético de 1997 a 2001.
Já para Leonardo de Deus Santos, o Dedê, a relação com aquele que também chama de “irmão” não é menos especial. Pelo contrário. Ao relatar a amizade entre ambos, ele até se emociona.
“O clássico de amanhã não fica atrás para nenhum do Brasil em grandiosidade. No futebol, pela rapidez das passagens, a gente conhece muita gente, mas faz poucos amigos, o que é normal. Fazer irmão é mais difícil ainda. O Lincoln é o único que eu tenho. Crescemos na categoria de base do Atlético, eu vivia na casa dele em São Brás do Suaçuí. O pai dele, que Deus o tenha, sempre me levava pra lá, eu e meu irmão, até aliviando lá em casa, pois éramos seis irmãos (risos)”, conta Dedê, que atualmente segue residindo na Alemanha.
“O clássico ficou mais clássico ainda quando ele foi para a Alemanha, pois todos sabiam da nossa ligação. Dentro de campo, sem deslealdade, cada um buscava o seu nome. Fico feliz pelo sucesso que ele fez aqui. Na semana de clássicos, inclusive, a gente se via até na quinta, quando o jogo era no sábado. A gente brincava, curtia, e os repórteres todos ficavam em cima da gente. No dia do jogo, era ‘pancadaria’, no bom sentido. Fico até emocionado”, vai além o ex-lateral, hoje com 42 anos. Ele defendeu a equipe principal do Galo de 1996 a 1998.