Paula Machado
Repórter
A câmara de Recursos Naturais, Ciências e Tecnologias Ambientais da Fundação de amparo à pesquisa do Estado de Minas Gerais -Fapemig, ganha mais um integrante, a professora Anete Marília Pereira, chefe do departamento de Geociências da universidade estadual de Montes Claros-Unimontes.
A professora foi indicada pelo reitor, professor Paulo César Gonçalves de Almeida, também membro do conselho curador da Fapemig (órgão de deliberação superior) no seu segundo mandato (2008/2012) e acolhida pelo presidente da Fapemig, professor Mário Neto Borges.
- A nossa indicação para compor a câmara de Recursos Naturais, Ciências e Tecnologias Ambientais da Fundação de amparo à pesquisa do Estado de Minas Gerais é de grande importância para a universidade. Primeiro porque demonstra o reconhecimento do trabalho sério que a Unimontes vem realizando na área da pesquisa, em diversos ramos do conhecimento. Em segundo lugar, o fato de possibilitar, através da assessoria técnica à referida câmara, a nossa participação ativa no acompanhamento de pesquisas ligadas a temática ambiental que estão sendo desenvolvidas no Estado- afirma Anete.
Ela diz que ao realizar as atividades de competência da câmara de Assessoria Técnica da Fapemig espera contribuir no processo de produção do conhecimento científico em Minas Gerais.
Além da professora Anete Marília Pereira, representando a Unimontes, já integram câmaras da Fapemig os professores Hercílio Martelli Júnior (câmara de Ciências da Saúde), Marlon Cristian Toledo Pereira (câmara de Agricultura) e Mário Rodrigues Melo Filho (câmara do programa de capacitação de Recursos Humanos – PCRH).
De acordo com o reitor Paulo César Gonçalves de Almeida, a participação de representantes da Unimontes em quatro câmaras de assessoramento técnico da Fapemig demonstra o reconhecimento à universidade e à competência do seu corpo docente.
Para a pró-reitora de Pesquisa e pós-graduação, professora Silvia Nietsche, a indicação e nomeação da professora para a câmara de Recursos Naturais, Ciências e Tecnologias Ambientais é estratégica para a instituição e, principalmente, para a região onde está inserida. Ela lembra que de acordo com estudos, as regiões Norte e os Vales do Jequitinhonha e do Mucuri possuem a melhor qualidade em termos do meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável será necessário a aplicação de conhecimento e tecnologias.
A professora Anete Marília Pereira considera enorme responsabilidade ser indicada por uma instituição como a Unimontes.
- Essa indicação representa para mim motivo de muito orgulho, pois significa que o meu trabalho, enquanto pesquisadora e educadora têm sido relevante. Espero poder contribuir de forma mais efetiva para a produção científica do nosso estado, analisando propostas de pesquisas que impliquem melhorias das condições de vida, notadamente nas regiões que possuem maior fragilidade ambiental como é o caso do Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha e Mucuri.
Cabe ressaltar que é também uma atividade de muita responsabilidade, que espero realizar com a muita seriedade e comprometimento -informa.
PROFESSORA
Anete é graduada em geografia pela Unimontes, e integra o departamento de Geociências, vinculado ao Centro de Ciências Humanas (CCH). É doutora em Geografia pela universidade federal de Uberlândia (UFU), possui curso de mestrado na mesma área pela universidade federal de Minas Gerais (UFMG). Também é especialista em Geografia e Planejamento Ambiental pela Pontifícia universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG).
Na Unimontes, ocupou os cargos de coordenadora de Graduação (vinculada à pró-reitoria de Ensino) e coordenadora do curso de Geografia e integrou o Conselho Universitário.
PROJETOS PARA A CÂMARA
A nova integrante da câmara de assessoramento da Fapemig já coordenou os projetos de pesquisa Perfil intra e interurbano de uma cidade média: um estudo sobre Montes Claros/MG e Urbanização e novas ruralidades no Norte de Minas Gerais: relações entre a pequena cidade e o espaço rural.
É co-autora dos livros “Leituras Geográficas sobre o Norte de Minas” e Metamorfose do espaço urbano de Montes Claros.
Atualmente, além de chefe do departamento de Geociências, a professora Anete Marília Pereira integra o conselho de Política Ambiental - Copam Norte de Minas e será coordenadora do Centro de estudos para convivência com o semi-árido.
Para ela é importante a criação de projetos voltados para a preservação do meio ambiente.
- Penso que mais importante do que apenas preservar parcelas do espaço natural é necessário criar formas do homem viver utilizando elementos do meio, mas com racionalidade. Para isso é preciso pensar no conceito de sustentabilidade e investir em pesquisas ou novas tecnologias que possibilitem o uso racional dos recursos - afirma.
Conforme ela ressalta, devem-se desenvolver alternativas que priorizem a justiça social, o equilíbrio ambiental e a eficiência econômica.
Ela diz que com o tempo a sociedade aprendeu a pensar de forma ecológica. Que a sociedade mudou de forma muito rápida desde o final do século passado. Houve o momento das denúncias de grandes desastres ambientais, os fóruns de discussão, o radicalismo anti-desenvolvimentista, a crença de que a ciência resolveria os problemas ambientais, a criação de legislações ambientais, entre outros.
- Hoje acredito que a sociedade, de uma forma generalizada, está mais informada sobre as questões ambientais, porém a conscientização implica mudança de comportamento e isso se restringe ainda a poucos. Apesar de saber o que é correto em termos de postura ambiental, nós temos hábitos que agridem o meio onde vivemos. É necessário repensar as atitudes individual e coletiva - finaliza.
