Argentina supera brasil no cash

Jornal O Norte
03/08/2011 às 18:37.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:02

O Real Madrid ofereceu R$ 99 milhões aos Santos por Neymar e recebeu não como resposta. A Inter queria depositar R$ 60 milhões na conta do São Paulo para levar Lucas e também bateu com a cara na porta. As atitudes corajosas e ao mesmo tempo arriscadas dos dois clubes paulistas receberam aplausos da plateia favorável à permanência dos craques no Brasil, e vaias dos defensores da necessidade de um intercâmbio na Europa antes da Copa do Mundo de 2014. Torcida à parte, o desfecho das novelas ainda sem capítulo final mostram um sinal de evolução no tratamento do Brasil com as suas joias preciosas.




Os jogadores argentinos ainda são mais valorizados que os do Brasil na hora da venda

O Correio levantou quais foram as 10 maiores transações do Brasil e da Argentina para o exterior nos últimos 10 anos. O país vizinho movimentou 171,4 milhões de euros. Javier Saviola é o recordista desse período ao trocar o River Plate pelo Barcelona por 35,9 milhões de euros. O mercado tupiniquim faturou 163,1 milhões de euros. Só Robinho rendeu 24 milhões. A diferença favorável à Argentina no valor total é de 8,3 milhões de euros. Parece pouco. De fato é até ser materializada em um jogador. Esse foi o preço pago pelo Milan ao São Paulo, em 2003, por um jogador eleito o melhor do mundo: Kaká. O mau negócio tricolor dá a dimensão do quanto Santos e o próprio São Paulo apanharam para aprender a lidar com o assédio dos milhões e milhões de euros das principais potências do Velho Continente.

- A diferença a favor da Argentina é razoável. Hoje, é difícil um clube brasileiro vender algum jogador por mais de 10 milhões de euros. É lógico que estamos falando de um Kaká, mas, à época, ele não valia o que representa hoje - avalia Léo Rabello, vice-presidente da Associação Brasileira dos Agentes de Futebol (Anaf).

- Há um empate técnico entre Brasil e Argentina. A diferença é a palavra profissionalismo. Os clubes europeus aceitam pagar mais pelos argentinos porque, em geral, eles não sentem saudade de casa, têm o idioma a favor e raramente são indisciplinados. Daí a preferência - argumenta Léo Rabello, que foi a Buenos Aires ao lado do presidente do Atlético de Madrid ajudar no fechamento da segunda transação mais cara da Argentina nos últimos anos — a de Agüero.

Ao contrário de Léo Rabello, Gilmar Rinaldo não considera a diferença de um Kaká entre Brasil e Argentina razoável.

- É absurda. Quando foi vendido, o Kaká valia muito mais do que qualquer um desses 20 que estão na lista. Colocar etiqueta de preço em jogador nunca foi o nosso forte - critica o agente e ex-goleiro. Gilmar vê um outro ponto favorável aos argentinos.

- Eles têm mais facilidade para conseguir um passaporte comunitário. Não ocupam a vaga de jogador estrangeiro. Entre os dois, os clubes europeus preferem levar um argentino, a menos que o brasileiro seja extraordinário - alega.


 

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