Árbitros de futsal querem mais segurança

Jornal O Norte
Publicado em 20/03/2007 às 09:39.Atualizado em 15/11/2021 às 08:00.

Os árbitros de futsal de Montes Claros, sempre criticados, dizem que é preciso mais reciclagens, cursos e, principalmente, mais segurança nos jogos



Heberth Halley


Repórter


www.onorte.net/halley



Eles podem apitar da maneira mais correta possível, mas o certo é que nunca vão agradar a todos, principalmente as equipes que estiveram jogando. Parece que já virou mania jogadores, treinadores e torcedores xingarem, discutirem e até mesmo agredirem os árbitros por suas atuações dentro de quadra.



- Vai ser sempre assim. Por mais que apitemos corretamente, sempre vão reclamar. Ninguém gosta de perder. Reclamam, a maioria das vezes, sem saberem corretamente das regras. Eles também precisam se capacitar, saber das regras – afirma Hélio Pereira Silva, que há dez anos é árbitro de futsal.



A atividade de árbitro pode ser considerada como uma segunda fonte de renda para todos que a praticam em Montes Claros. Pois, a maioria dos árbitros trabalha em outros ramos. Um grande exemplo é o árbitro Afonso Leal, que trabalha há 22 anos como árbitro de futsal e também como comerciário. Ele ressalta que, para melhorar o nível dos árbitros, é preciso mais cursos e reciclagens.



- Entendo que os árbitros de Montes Claros estão no caminho certo. Mas faltam mais cursos e reciclagens. Nós temos poucos cursos na cidade. Tivemos um da Federação baiana de futsal e foi muito bom – conta Afonso Leal.



O árbitro Marcos Wandeir Gonçalves Silva, o Tinzão, que exerce a atividade há sete anos, concorda com o colega, Afonso Leal, no que se refere à qualificação. Entende que é preciso qualificação e segurança para trabalharem com tranqüilidade.



- É preciso que tenhamos sempre novos cursos e reciclagens, pois, desta maneira, podemos estar sempre capacitados para uma melhor arbitragem – salientou Marcos Tinzão. 



Outro fator abordado por todos os árbitros foi com relação à segurança nos jogos.



- É preciso que se tenha mais segurança durante os jogos, tanto para os árbitros como para os jogadores. Isso deve ser feito pela coordenação do evento – alerta o árbitro Afonso Leal. 



Hélio Pereira disse que, desde o tempo em que acompanha o futsal de Montes Claros, nunca viu um fato tão triste para a modalidade como o que ocorreu no início do ano, durante o IX Torneio de verão.



- Infelizmente, um fato triste para o futsal montes-clarense. Soltaram até bombas dentro do ginásio – disse.



Hélio destacou que, em função da maioria dos eventos ocorrer em torneios abertos ao público, é necessário ter segurança.



- É preciso ter mais segurança, não só para os árbitros, com para os atletas e o público em geral. A coordenação dos campeonatos deve priorizar a segurança do evento – explica Hélio Pereira.



Para Marcos Tinzão, a segurança deve ser essencial nos jogos.



- Não podemos esquecer da segurança, fator primordial hoje em dia para dar tranqüilidade, tanto dos árbitros, quanto do público que prestigia os eventos – salienta Marcos.



Quanto aos valores da arbitragem em Moc, eles consideram pouco em relação ao que pagam na capital e em outros centros.



- Aqui se paga muito pouco. Nos Jimis, por exemplo, pagam R$ 30 ou mais para cada árbitro. Aqui em Moc, o trio chega a R$ 25 ou 30. Muitas vezes, depende da competição e da quantidade de jogos – afirma Afonso Leal.



ASSOCIAÇÃO DE ÁRBITROS



Para se ter credibilidade na arbitragem de futsal e em outras modalidades, foi criada em 2006 a Associação de árbitros de Montes Claros, que envolve todas as modalidades. O presidente da associação é o professor de Educação Física, Luís Carlos Dias.   



Através da associação, os árbitros entendem que podem conseguir, com mais facilidade, trazer novos cursos e reciclagens.



Hélio Pereira diz que está mais do que na hora do pessoal do esporte criar uma liga de futsal filiada à FMFS – Federação mineira de futsal.



- Com a Liga, seria mais fácil trazer cursos, com árbitros da FMFS. Assim, o futsal de Moc, com certeza, poderia melhorar ainda mais – explica Hélio Pereira.



Afonso Leal tem o mesmo pensamento de Hélio.



- Com a liga, os jogadores não poderiam sair dos clubes, como acontece hoje em dia. Poderia ser criada lei determinando que o atleta que se inscrever num time, no ano, só poderá sair um ano após a filiação. Para os árbitros, teria que ter um regulamento pesado, a ser aplicado contra os atletas indisciplinados. Do que jeito que está, vai acabar o futsal em Moc. Hoje, temos é futsal varzeano e não o futsal clássico que conhecíamos antigamente – declara Afonso Leal.

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