Nairlan Clayton Barbosa
 
Como foi o ano de 2016 para o Vôlei?
Todas as metas que nós colocamos para esta temporada a gente está efetivando. Buscamos na semifinal do Campeonato Mineiro trazer o jogo para Montes Claros pela primeira vez na história. Montamos um grupo e uma tática que deu certo. O objetivo nosso era licitar e conseguir trazer os atletas que nós queríamos e pela Superliga graças a Deus, os resultados estão aí. Para alguns o time está surpreendendo, mas para nós é o trabalho. A nossa meta foi sempre ficar entre as 4 equipes da ponta e isso está ocorrendo, o que significa que estamos no rumo certo.

Essa posição entre os 4 melhores beneficia o psicológico dos jogadores?
O mais importante é sabermos que o projeto do Montes Claros hoje voltou a ser respeitado em nível nacional. Nós conseguimos trazer a credibilidade de volta, trazer apoios, novamente. Grandes empresas são parceiras, mesmo todos nós sabendo que é muito difícil manter o projeto do vôlei por aqui. É importante esclarecer a população que não é fácil viabilizar o projeto de Vôlei em Montes Claros, mas esse trabalho está dando resultado, então, as pessoas acreditam, os atletas acreditam, a população abraçou novamente e é isso que a gente quer, acreditando no potencial da cidade e da região, representar à altura e fazer com que todos sintam orgulho dessa equipe.

Para 2017 teremos a mudança de administração municipal e nesse caso, como ficará o projeto, que todos sabemos que tem um suporte considerável do poder público, após o novo prefeito assumir?
Eu volto a falar uma coisa que sempre tenho batido na tecla. O projeto do Montes Claros Vôlei desde que assumimos a gestão a nossa grande luta foi despolitizar o projeto. Acredito que atingimos nosso objetivo por que a partir do momento que ele é político ele tem ciclo e um ciclo acaba. Nós podemos analisar que a própria votação da Câmara atesta isso. Todos os partidos e todos os vereadores não tiveram nem situação e nem oposição na hora de aprovar o projeto de ajuda de custo ao vôlei. Nós iremos conversar com o prefeito eleito e esperamos que ele faça uma boa gestão, pois isso é importante para a nossa cidade. Iremos apoiar no que for possível e iremos apresentar o projeto do Montes Claros Vôlei. Até pra conhecer e esclarecer alguns pontos onde talvez possam ter dúvidas. Mas acreditamos que a nova administração poderá sim continuar apoiando o vôlei que vem representando bem a cidade e que pode trazer novos investimentos pra cá.

Teremos ações diferenciadas para 2017?
Sim, claro. Teremos novas ações para Montes Claros uma delas sendo quatro núcleos de escolinhas de Vôlei para a cidade. Esse projeto foi aprovado pela lei de incentivo ao esporte. Um parceiro de Montes Claros está fechando com a equipe. São ações que visam atender o anseio da população e acredito muito que teremos para isso o apoio do poder público.

Noticias de bastidores dão conta do seu engajamento no futebol profissional de Montes Claros. É isso mesmo?
Nós sabemos que o futebol é a grande carência de Montes Claros. É inadmissível que uma cidade do porte de Montes Claros, com 400 mil habitantes, com tantas empresas não tenha um time de futebol a altura. Nessa conjuntura estamos buscando parceria para viabilizar o futebol sim e afirmo que com certeza Montes Claros terá futebol profissional em 2017.

O Projeto do Minas Boca e do Ateneu pode ser uma das vertentes?
O Minas Boca foi uma conversa minha, pessoal para trazer o clube para Montes Claros, mas sem nenhuma parceria com algum clube da cidade. Ficou inviável a proposta que eles fizeram e houve um desacordo comercial e eles acabaram desistindo do Módulo II por que nossa idéia já seria disputar esse Módulo já em fevereiro. Não foi possível, então estaremos apresentando outra alternativa que já foi buscada.

O Ateneu? Não. O Montes Claros?
Não sei. (risos) Eu torço do fundo do meu coração pelo Ateneu e entendo que ela é uma equipe importante que representa a cidade e o Cássio Aquino vem fazendo um trabalho maravilhoso correndo atrás e buscando apoio incansável e as pessoas têm mesmo que apoiar este trabalho que tem sido feito. Vejo até várias pessoas na internet criticando de forma pessimista. Mas temos que acreditar, pois se desistirmos não haverá nada. Mas eu me coloquei a disposição. Várias das ações que o Ateneu está fazendo, eu ajudei, com o próprio jurídico do time de Vôlei que disponibilizamos e algumas reuniões eu agendei com o mesmo e digo o seguinte: assumir o Ateneu não é possível para Andrey enquanto gestor, mas naquilo que eu puder ajudar, estarei sempre à disposição por que quanto mais equipes tivermos teremos uma concorrência sadia a favor do futebol. Temos que ter exemplos de outras praças como Patos de Minas que tem o Mamoré e a URT e isso dissemina as pautas do futebol, tem pautas na imprensa e muito mais espaço, o que acaba refletindo em outros campeonatos.

Isso também é bom do ponto de vista mercantilista não é mesmo?
Sim, é isso que o patrocinador quer: visibilidade. Quanto mais equipes nós tivermos daremos opções para nossos talentos participarem e estaremos incentivando muito mais o esporte amador de nossa cidade e vamos ter muito mais representatividade no cenário nacional. Podemos citar o exemplo de Chapecó que é uma cidade de 200 mil habitantes (claro que com renda per capita maior), mas que envolveu seus moradores no projeto e levou a equipe da Chapecoense a uma final de Copa Sulamericana.

Isso é exemplo de organização?
Sim. Foi exatamente a organização que fez com que a equipe chegasse. Por que Montes Claros não pode ter? Tomara que tenhamos 2 ou 3 equipes no futebol profissional da cidade por que com isso todos irão ganhar, inclusive o torcedor.