Treinador substituiu Rogério Ceni na batalha cruzeirense contra a queda
(Alexandre Vidal/Flamengo)
Após recusas de nomes como Felipão e Dorival Júnior, além de conversas e sondagens com outros técnicos, o Cruzeiro anunciou o novo treinador. Abel Braga será o substituto de Rogério Ceni, demitido da Raposa na quinta-feira (26), e a “última cartada” da diretoria para o clube na briga contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
Abel ainda não assumirá o time contra o Goiás, nesta segunda-feira (30). Curiosa e ironicamente, os dois primeiros jogos dele à frente do Cruzeiro serão contra duas agremiações onde ele fez história: Internacional (onde foi campeão da Libertadores e do Mundial de 2006), no dia 5 de outubro, e Fluminense (venceu o Brasileirão de 2012), no dia 9 do mesmo mês.
O anúncio oficial aconteceu nesta sexta-feira (27) e pode ser considerado um “feito”. Em várias ocasiões anteriores, Abel disse que não assumiria uma equipe durante uma temporada – ele deixava claro que preferia começar um trabalho num clube no início de um ano.
A situação de agora é diferente. Abel abriu mão de sua “filosofia” para tentar tirar o Cruzeiro do limbo. A equipe celeste ocupa a 17ª colocação no Brasileiro, com meros 19 pontos, em 21 rodadas disputadas, aproveitamento de 30,2%.
Até agora, os azuis computam quatro vitórias, sete empates e dez derrotas. A Raposa não ganha há cinco jogos na temporada. O último triunfo ocorreu no dia 1º de setembro: 1 a 0 sobre o Vasco.
Abel terá como desafios dar uma cara nova a um time que vem acumulando fracassos no Brasileiro e, ao mesmo, se impor perante um elenco de jogadores que trocou farpas com Mano Menezes e Rogério Ceni. Em outras palavras, precisará ter pulso firme para impedir qualquer tipo de problema interno, algo que vem sendo a tônica dessa equipe.
SALVADOR
O novo treinador celeste já foi jogador do Cruzeiro. Isso aconteceu em 1981 e 1982, e não obteve título com a camisa estrelada.
Mas Abel Braga já viveu na Toca da Raposa a briga contra o rebaixamento. E foi o salvador da pátria cruzeirense.
O palco era o Mineirão. O sábado de 24 de fevereiro de 1982 era cercado de drama para o Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. O time celeste terminou a primeira fase como quarto colocado do Grupo E e teve que disputar uma repescagem contra a Desportiva, do Espírito Santo, quarta colocada do Grupo F, para preencher a última vaga no Grupo G da segunda fase.
Uma derrota significaria o rebaixamento para a Taça de Prata, equivalente à Segunda Divisão da principal competição nacional. Era a primeira vez que a Raposa corria risco de descenso.
Aos 11 minutos do primeiro tempo, o zagueiro Abel, de cabeça, marcou o único gol do jogo, decretando a vitória e o alívio para os cruzeirenses.