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Quarta-Feira,27 de Novembro

Um som de tirar o fôlego promete barbarizar no palco

Jornal O Norte
16/05/2006 às 10:56.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:35

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

Samba-rock, soul, funk e muita sátira agitam a noite desta terça-feira, com o show da banda Pero q no mucho, no projeto Tom da Terça.

Criada em 2005, com a proposta de fazer um som diferente do que normalmente se ouve pelas bandas de cá, o grupo formado por André Danton, Hernane Alvez, Fredão e Marçal, inovou a batida, misturando velhos ritmos com novas tendências musicais e elementos estéticos, o que resultou em um som contagiante, de tirar o fôlego.

PERO Q NO MUCHO

Desde o início os rapazes queriam batizar o grupo com uma expressão idiomática que traduzisse a idéia de um trabalho diferenciado. Inspirado nas conversas de um argentino em uma noite regada a vinho e mistura de vários idiomas, surgiu o nome Pero que si, pero que no, pero que no mucho, em seguida reduzido para Pero q no mucho que, segundo o vocalista André Danton, dá idéia de começo de alguma coisa.

- Era exatamente assim que nos sentíamos no começo: uma página em branco, pronta para escrever nossa história. Não queríamos chegar fazendo alarde, dizendo que somos, que fazemos, mas chegar devagarzinho, mostrando aos poucos nosso trabalho, aprendendo com a experiência que certamente iríamos adquirir ao longo da caminhada, explica.

FUGINDO DO ESTEREÓTIPO

André diz que a banda tem tido uma certa dificuldade para se firmar no norte de Minas, por fazer um estilo diferente, e a região estar mais acostumada a curtir na balada outros estilos, como forró e axé.

- No começo as pessoas estranhavam um pouco, e na hora de acertarmos um show sempre perguntavam se tocávamos axé ou pagode. Mas aos poucos estamos disseminando nosso som e dá para perceber que as pessoas estão aceitando bem, que estão curtindo, conta André que diz que tenta sair do escaninho, daquele repertório previsível, surpreendendo o público com uma música pouco explorada pela mídia, com um arranjo inédito para um antigo sucesso ou mesmo com uma composição que sai da linha padrão à qual  a maioria das pessoas está acostumada.

SÁTIRA MUSICAL

Composto por músicos que escolheram a carreira por formação, por influências familiares e por paixão, alguns inclusive já com boa estrada percorrida, o Pero q no mucho desde o começo buscou uma abordagem bem humorada da música. Com composições do vocalista André Danton, sempre com uma linha satirizada do cotidiano, e arranjos em parceria com o tecladista Hernane Alvez, o baixista Fredão e o baterista Marçal, o grupo vem surpreendendo por sua irreverência e letras engajadas.

MERCADO DE TRABALHO

Sobre o espaço para trabalhar, os rapazes do Pero q no mucho, unanimente, reclamam da falta de apoio dos contratantes, da falta de incentivo do público e da falta de união da classe artística, que não se organiza em prol de melhores condições de trabalho.

- Em Montes Claros, nesses dois últimos anos muita coisa tem mudado, muitas casas de shows estão surgindo, mas ainda não suprem a demanda. Além disso, as pessoas não têm o hábito de pagar o couvert artístico e sempre reclamam, às vezes até se recusam a pagar. Em outros casos, o dono da casa cobra o couvert e não repassa ao artista, e tudo isso dificulta a manutenção do trabalho do músico que depende do cachê para sobreviver. Nessa história toda, a falha pode estar está no público, no contratante, e também no artista que, por não ter muita opção, acaba aceitando o que lhe oferecem, banalizando a profissão. O ideal é que se firmasse uma parceria entre músicos, fixando uma tabela de cachê, de forma que fosse possível estabelecer uma certa organização no mercado, valorizando o trabalho do artista, argumenta o grupo.

ABRINDO CAMINHOS

Nesse primeiro ano de existência, o Pero q no mucho passou por várias mudanças: de seis integrantes, ficaram quatro, saíram uns, entrou outro, mas durante todo esse tempo a idéia sempre foi gravar suas composições. Batalhando por patrocínio, buscando fazer uma produção diferenciada, o grupo planeja alçar novos vôos e, nesta terça-feira, 16 de maio, grava o primeiro Cd e Dvd ao vivo. A gravação será de aproximadamente 1h30m, com 23 músicas, sendo seis de sua autoria.

O show acontece hoje, a partir das 20 horas no Centro Cultural. A entrada é de graça.

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