UFMG explica extinção de ensino profissionalizante

Jornal O Norte
Publicado em 24/04/2007 às 10:06.Atualizado em 15/11/2021 às 08:02.

Direção-Geral do Núcleo de Ciências Agrárias do Campus Regional da UFMG em Montes Claros, a propósito da repercussão que vem obtendo a extinção do Ensino Profissionalizante “Técnico em Agropecuária” junto à opinião pública, vem, pela presente nota, esclarecer os seguintes pontos:



Até o ano de 2000, o Ensino Profissionalizante era oferecido no NCA junto com o Ensino Médio. No entanto, o Ensino Médio foi extinto a partir de 2001. A extinção foi motivada por recomendação contida em parecer do Conselho Universitário, que propôs a criação do Curso de Graduação em Agronomia.



Com a extinção do Ensino Médio, foi proposta a reformulação da grade curricular do Ensino profissionalizante, que foi aprovada pelo Conselho Diretor em 10/11/2000. Na nova grade, sem o Ensino Médio, a carga horária do Ensino Profissional é de 1440 horas, incluindo o estágio supervisionado, sendo o curso oferecido em quatro módulos semestrais.



Entre os anos de 2001 e 2004, entre 71 e 82% dos alunos que ingressaram não concluíram o curso.  É importante destacar que o problema não é recente neste curso, pois entre 1993 e 1997 já se observava entre 50 e 68% de evasão, conforme estudo produzido por PEIXOTO (1999), ou seja, não é o novo modelo que criou tal situação.



Diante de tal situação e atendendo à solicitação do Colegiado da Educação Básica e Profissional da UFMG, o Conselho Diretor desta Unidade, em reunião do dia 26 de maio de 2006, discutiu amplamente sobre “O destino do curso Técnico em Agropecuária”, aprovando a suspensão de novas entradas para o ensino técnico, pelos aspectos apresentados:



a) alto índice de evasão, conforme tabela que se segue:



b) grande número de alunos com pendências (adaptações, não cumprimento de estágios), trancamentos;



c) alto índice de reprovações.



d) falta de motivação da maioria dos docentes da Carreira de III Grau que ministram aulas no curso de nível médio, visto que os mesmos já possuem Carga Docente Semestral Média  elevada nos cursos superiores da Unidade. Apenas três docentes da Carreira de Primeiro e Segundo Grau da UFMG ministram aulas no Ensino Técnico, o que corresponde a apenas 8,94 % da carga horária efetivamente ministrada.



Tal suspensão foi encaminhada à Pró-Reitoria de Graduação da UFMG, a fim de que pudéssemos proceder à avaliação do curso atual, propor nova estruturação e reformulação para o Ensino Técnico. No entanto, a Câmara de Graduação não acatou tal recomendação. Foi então aberto novo processo seletivo que culminou novamente no que já se esperava, ou seja, para 2007, se inscreveram 32 alunos (para 40 vagas ofertadas), matricularam-se 31 e, hoje, apenas 23 alunos estão freqüentando o curso no 1º módulo.



Informamos ainda que não haverá prejuízos à formação de técnicos em Agropecuária para atender à Região Norte do Estado de Minas Gerais, uma vez que o CEFET Januária e a Escola  Agrotécnica Federal de Salinas, com condições estruturais e pedagógicas melhores, oferecem ao todo 270 vagas a cada ano, formando, em média, 220 técnicos em Agropecuária.



O NCA, em seu processo de expansão e consolidação do Campus Regional Montes Claros, está tramitando, junto aos Órgãos Superiores da UFMG, a criação de mais quatro cursos de graduação na área das Ciências Agrárias: Administração (noturno) com ênfase em Administração Rural, Engenharia Florestal, Engenharia de Alimentos e Engenharia Agrícola e Ambiental, com 40 vagas anuais para cada um deles e ainda com a perspectiva de que os dois primeiros sejam oferecidos já em 2008.



Esta Direção-Geral acredita que a UFMG, após instalar e manter o Curso Técnico em Agropecuária em Montes Claros, por longos 43 anos, cumpriu satisfatoriamente seu compromisso institucional para com a nossa cidade e região.



Este projeto educacional, de quatro décadas, é que, abre, agora, perspectivas para que a UFMG continue participando do processo de formação de recursos humanos direcionados para o mercado regional de trabalho, observando e atendendo novas demandas que possibilitem  a este Campus Regional cumprir, como sempre cumpriu, seu papel de agente indutor com vistas à melhoria  e à resolução dos desafios presentes no semi-árido mineiro e brasileiro.



Professor Rogério Marcos de Souza


Diretor-Geral do NCA/UFMG


Montes Claros-MG

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