Pais e alunos da Escola Apóstolo Santiago, no bairro Carmelo, fundada pelo padre Henrique, saíram com esperanças renovadas da audiência pública realizada na Câmara de Vereadores, que discutiu uma forma de manter a unidade de ensino funcionando.

Após a Prefeitura de Montes Claros anunciar a suspensão do convênio de R$ 520 mil que era repassado anualmente para a escola, havia o risco de fechamento da instituição, que atende cem crianças.

Durante o debate, o representante da Secretaria Municipal de Educação, Valdoir Lázaro Rosa, explicou que o convênio é considerado irregular porque a escola oferece o ensino fundamental e a Educação de Jovens e Adultos (EJA), o que é proibido por lei.

Ele garantiu, no entanto, que não seria suspenso todo o funcionamento da unidade. “Não será suspenso o ensino básico. Vamos fazer um chamamento público para alunos do maternal 1 e 2. Quanto aos alunos do 5° ao 9° anos, é preciso estudar uma maneira de ampará-los. Esse convênio somente poderia ser mantido através de recurso do Tesouro Municipal”, informou.

Uma saída seria o envio, pelo Executivo, de um Projeto de Lei para a Câmara para viabilizar a manutenção da escola.

“Ficamos de nos reunir com o prefeito para que ele, através da Lei 100, encaminhe um PL que será aprovado pela Câmara e, assim, resguardar o direito dessas crianças estudarem”, disse a vereadora Neia do Criança Feliz (DC), que foi a responsável por realizar a audiência pública.

Outra proposta apresentada pela parlamentar, caso não consiga uma solução com o prefeito, é destinar toda a emenda impositiva a que ela tem direito para a escola.

“Cada vereador tem cerca de R$ 500 mil de emenda, que será votada agora no final do ano. Se a gente não conseguir a parceria, eu farei a destinação de toda a minha emenda individual para que a escola não feche. É um legado espetacular do padre Henrique e, de forma nenhuma, podemos deixar que isso acabe, principalmente porque se trata de educação”, afirmou a vereadora.
 
QUALIDADE
“Minha filha estuda o 4° na escola e o ensino de lá é muito bom. Meu outro filho foi aluno de lá desde quando fundou. Os professores são ótimos, o ensino é de qualidade. Além disso, a transformação social que eles fazem nos alunos é grande”, conta Jéssica Santana, mãe de aluna.

“A Néia se dispôs a nos ajudar e temos certeza que juntos, vamos fechar numa solução que seja favorável. Vão encontrar uma esperança de manter vivo esse sonho do padre Henrique e garantir o valor por outra via. Saio daqui com esperança”, declara a diretora da escola, Suely Braz.

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