Larissa Teixeira
Colaboração para O NORTE
Fundamentado no ensino interdisciplinar, em que estudantes e comunidade trabalham simultaneamente em várias vertentes, em especial com a educação física, surgiu o Projeto Escola da Bola-o PEB. A Funorte/Soebras, em parceria com uma universidade da Alemanha resgata, desde 2005, crianças e jovens carentes em busca de uma nova vida. “A proposta era criar uma base geral para a pessoa aprender todos os desportos e, assim, escolher o esporte que irá seguir”, explica Prof. Ítalo Rogério, um dos colaboradores do PEB.
A passos largos e com uma demanda intensificada, a atividade foi ampliada, estendendo a faixa etária, antes de 07 a 14 anos, para até os 16 anos de idade. Os beneficiados são estudantes de rede pública, que estejam assiduamente na escola. Coordenado pelo Prof. Pedro Castanha (Pêu), o projeto de incentivo ao esporte é também voltado aos portadores de necessidades especiais. “Trabalhar também com esses alunos é gratificante. É uma espécie de contágio, quando se inicia não pára mais”, ressalta.
As modalidades incluem, além do futsal, o vôlei e Ginástica Rítmica (GR), esta última ministrada pela Profª Mestranda Michelle Batista, especialista da área.
As aulas são realizadas no campus JK/Funorte às quartas e sextas-feiras, nos turnos matutino e vespertino. Já a especialização de vôlei acontece às segundas, quartas e sextas-feiras, no período vespertino. Contabilizam-se 180 participantes, alguns deles indicados para jogos regionais e equipes profissionais do Montes Claros Tênis Clube-MCTC. “Daqui, já saíram vários alunos que, hoje, se tornaram atletas requisitados por grandes times, como é o caso de Moisés, que joga na categoria juvenil do Funorte Esporte Clube”, lembra Prof. Pêu.
Célia Karoline Ferreira, filha da funcionária da Soebras, Célia Aparecida, está há 1 ano no projeto. A jovem de 14 anos, que pratica o vôlei, mudou o comportamento em casa e na sala de aula.“Notei que, além de melhorar o desempenho, Karoline amadureceu”, relata a mãe.
PREPARAÇÃO
Para entrar no projeto, é preciso, sobretudo, estudar. É feita uma seleção prévia nas escolas, onde as crianças e jovens são cadastradas. Além de aprender novas modalidades esportivas e, até mesmo se profissionalizar no esporte, o aluno conta com assistência dos cursos das áreas de saúde e humanas, com ênfase para o tratamento odontológico, médico, fisioterápico, nutricional e o reforço escolar, que propicia o ensino de língua estrangeira.
A criança e o adolescente são integrados à academia e, posteriormente, à sociedade, já que muitos vivem em área de risco, convivendo com drogas e violência constantes. “Com a implantação do reforço escolar, através da parceria com os cursos de Letras Espanhol e Normal Superior/Pedagogia do ISEMOC/Soebras, percebemos que até então o ‘aluno do PEB’ integra, agora, a universidade. Não mais como beneficiado e, sim, como acadêmico”, lembra Prof. Pêu. “A nossa intenção era justamente essa: preparar esses alunos para a formação profissional, tanto na faculdade quanto no esporte”.
E para comemorar os resultados de 2008 e a expansão do projeto, será realizada neste sábado (6), a confraternização de final de ano. Para 2009, serão 200 assistidos, com o acréscimo de 20 vagas. “O Projeto Escola da Bola resgatou minha esperança e fortaleceu o sonho de ter um futuro mais feliz”, assegura Karoline.
