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Domingo,24 de Novembro
Apoio garantido para aluno especial

Professor prestará acompanhamento individual para estudante com deficiência na Unimontes

Márcia Vieira
Publicado em 12/02/2022 às 09:45.

SUPORTE – Acompanhamento começa em 14 de março. O quadro de profissionais poderá ser ampliado, se houver demanda, de acordo com a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da Unimontes (Nusi) (Divulgação)

Pessoas com deficiência matriculadas na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) terão direito a um professor de apoio com acompanhamento individual. O edital aberto no fim de 2021 contou com 48 inscritos. Destes, foram classificados 32, e até o momento 16 já foram chamados para contratação. O acompanhamento começa em 14 de março. O quadro ainda poderá ser ampliado, se houver mais demanda, de acordo com a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da Unimontes (Nusi), Silvana Diamantino França, que comemora a conquista.

“É um marco histórico. Para os (portadores de deficiência) auditivos já tem o intérprete de libras, que é obrigatório por lei e a universidade possibilita acompanhar individualmente cada aluno, mas agora as outras deficiências serão contempladas. Na educação básica já existe este profissional e trazer isso para o ensino superior é muito importante para nós”, disse.

De acordo com Silvana, são 138 alunos com algum tipo de deficiência matriculados nos cursos de graduação da universidade. “Temos alunos com baixa visão, deficiência intelectual, deficiência física, autismo, entre outras, sendo que os dois primeiros grupos prioritários são os de baixa visão e deficiência intelectual”, pontua.

Desde 2017 o Nusi luta para ter este atendimento, com perspectiva de acolher e orientar uma rotina de acompanhamento dos alunos, que é diferenciada. 

Silvana tem um motivo mais do que especial. Mãe de um autista, nascido em 1992, ele não pode desfrutar deste apoio, porque o autismo só foi reconhecido como deficiência em 2012.

“No caso do meu filho, não tem a possibilidade de recuperar porque ele não recebeu a estimulação precoce, o apoio no tempo necessário. Então até os 20 anos ele não era considerado como pessoa com deficiência. Lutei muito como docente, ocupei espaços nos conselhos, mas não pensando no meu filho e sim nos filhos de outros que serão alcançados com este benefício para auxiliá-los nas necessidades pedagógicas”, disse Silvana.

Para ter acesso ao profissional, o aluno deverá fazer a solicitação apresentando laudo médico que constate a deficiência. 
 
EDUCADOR
Já o profissional deverá ter especialização na área e será direcionado ao acadêmico que necessita daquela expertise. “A demanda é induzida, a partir da solicitação de suporte por parte do aluno. Há casos, como o de Transtorno do Espectro Autista, que é preciso que o acadêmico declare que tem o TEA. O público-alvo dessa inclusão é definido pela Política Nacional da Educação Especial”, complementa a coordenadora.

A vice-reitora da Unimontes, Ilva Ruas de Abreu, destaca que a Universidade promoveu uma ampla discussão com o Estado para definir e cumprir os aspectos legais que permitiram a contratação destes professores, por meio do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepex), que conta com a participação de todos os centros de ensino.

“Sabemos que é apenas o começo, mas é um passo muito importante porque estamos ampliando e melhorando a qualidade do apoio ao atendimento educacional especializado para os alunos que apresentam algum tipo de deficiência, seja auditiva, visual, física ou psicopedagógica. A Unimontes possui diversas categorias no sistema de reserva de vagas e, sim, é preciso dar condições de atender a estas demandas no campus-sede e nos demais campi”, afirmou.

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