Por amor à música: Alexandre Zuba diz que toca sem se preocupar em atender às exigências de mercado

Jornal O Norte
04/08/2006 às 09:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:41

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

Ele desenha charges e cartuns, coleciona discos de vinil, trabalha como arquivista em uma agência bancária e estuda o 5º período de Direito, mas sua grande paixão é mesmo a música. Multi-instrumentista, com uma afinidade maior com a percussão, Alexandre Zuba Nunes – o Tatu - diz que essa paixão vem de longa data.




Multi-instrumentista, Alexandre Zuba Nunes - o Tatu - diz que que


a paixão pela música vem de longa data
(foto: Wilson Medeiros)

- Desde pequeno gosto de música. Curioso é que em minha família ninguém toca ou canta. Acredito que a inspiração venha do convívio com amigos e da curiosidade que me deixa inquieto – diz Alexandre que toca para valer desde os 16 anos.

- Comecei meio sem compromisso, em um bar de Montes Claros, até descobrir que levava jeito. Aí, a dupla Carlos Maia e Charles Boavista me convidou para participar dos shows como percussionista e foi a primeira vez que pude vivenciar a música como profissão, viajando e sendo pago para  tocar – conta Alexandre, que se diz amante da música regional norte mineira e que, apesar de nunca ter freqüentado um curso, toca violão, flauta e percussão.

LADU-ZÚ

No embalo dos shows da dupla, ao lado dos músicos Lalá Bastos (percussão e vocal), Edu Lemos (percussão, violão e vocal) e Barata (baixo e back vocal), Alexandre montou a banda Ladu-zú, cujo nome foi formado por sílabas de seu nome, do de Edu e Lalá. Em seguida, Flávio (gaita e flauta transversa) se integrou ao grupo, que atualmente se prepara para gravar o primeiro Cd.

Com um som experimental, mais percussivo, sedimentado na música regional, o Ladu-zú vem fazendo uma média de dois shows por semana, atraindo novos fãs a cada dia.

- Apesar de sermos fãs do grupo Raízes, Agreste e outros nomes da música regional, temos também uma forte influência dos ouros sons, pois alguns músicos da banda vieram de outros estados. Mas a mistura é sempre mais raizeira, nada urbana. O resultado é um repertório pesquisado, que reflete muito bem nossa proposta – diz o músico que se inspira no cantor Alceu Valença para fazer suas composições.

POR AMOR À MÚSICA

Alexandre diz que seu grande sonho é poder viver como músico profissional e para isso está se garantindo.

- Faço faculdade, que mesmo não sendo de música me dá maturidade e respaldo para encarar o mercado de trabalho, estou sempre envolvido com arte para transitar melhor nesse universo, escrevo poesias e estou o tempo todo em contato com a música – argumenta Alexandre, que diz que hoje toca por gostar, sem se preocupar com o lado financeiro, já que não pode se dedicar inteiramente à música no momento.

- Estamos nos preparando para gravar o primeiro Cd, com repertório próprio e uma música do compositor Charles Boavista. Depois que gravarmos, nossa pretensão é viajar pelo país, não para uma turnê de shows, bilheterias, essas coisas, mas para apresentarmos nossa música e conhecer de perto a cultura de outras regiões, o que vai acrescentar muito ao nosso som – diz Alexandre cuja pretensão é fazer uma música mais livre, sem estereótipos, que não se preocupe em atender às exigências do mercado capitalista, mas à inspiração e ao prazer de tocar.

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