Educação

Piso para professor defasado em MOC

Com reajuste anunciado pelo governo federal, diferença para o salário municipal chega a R$ 2 mil

Márcia Vieira
Publicado em 17/01/2023 às 22:18.
Em 2019, professores da rede municipal já protestavam. (Arquivo)

Em 2019, professores da rede municipal já protestavam. (Arquivo)

Foi assinado na última segunda-feira (16) portaria que determina aumento do piso salarial dos professores de R$ 3.845,63 para R$ 4.420, 55. O aumento representa 15% a mais do que o ano passado.

A notícia repercutiu entre representantes da categoria em Montes Claros, que lamentam a defasagem salarial, já que o município não pratica sequer o piso atual. 

Everton Roberto Thomaz, presidente do Sind-Educamoc, destaca que quando o prefeito Humberto Souto assumiu a prefeitura, a diferença entre o piso nacional e o salário do cargo completo de professor era de aproximadamente R$ 200. 

Atualmente, defasagem salarial em relação ao piso nacional é maior que R$ 1.500. 

“A ciência já mostra os inúmeros benefícios quando se valoriza os profissionais da educação. Com este novo reajuste esperamos maturidade da gestão de nossa cidade para reduzir esta defasagem. Quem mais precisa dos profissionais da educação valorizados é o povo de nossa cidade. Se isto não acontece, o povo terá profunda dificuldade em sobreviver neste mundo globalizado, complexo e tecnoló-gico”, diz o presidente do Sindicato, ressaltando que, “caso a gestão da cidade de Montes Claros escolha não valorizar os profissionais da educação de forma justa, iremos discutir com os profissionais da rede municipal para realizar algumas ações”.

Nalbar Rocha, professora e diretora do sindicato dos professores de Minas Gerais ( Sinpro), alerta que há uma deficiência por parte do governo estadual, que não valoriza os profissionais do setor. Para ela, essa é a maior bandeira da categoria. 

“O desejo de todos nós, professores, é receber o piso, mas este governador (Romeu Zema) está em débito conosco. O valor atende? Não, porque nós trabalhamos muito e ganhamos pouco, mas, por ora, esse piso é bem-vindo. Nós aguardamos que este governador possa cumprir um destes requisitos, que é o piso para Minas Gerais. Esta é uma das nossas maiores lutas hoje”, pontuou.
 
A voz nas redes
A professora Juliana Miranda destacou, com a #humbertosputopagueopiso que “Montes Claros tem a pior gestão educacional de Minas Gerais. O prefeito Humberto Souto não paga o Piso Nacional, nunca fez concurso e não tem plano de carreira em 6 anos de gestão”, afirmou a ex-presidente do Sindi- Educamoc.

“Moc é o lugar. O lugar que não paga o piso, mas pisa no professor”, ironizou uma internauta. Uma outra escreveu que “ Montes Claros tem vereadores com salários altíssimos, e professores formados, grande parte especializados, um outro número considerável com mestrado, e salários defasados”. 

Procurada pela reportagem, a assessoria do Governo de Minas enviou nota dizendo que a adequação dos valores praticados nas carreiras da educação básica do Poder Executivo ao valor atualizado em janeiro de 2023 do piso salarial nacional do magistério, está em análise pelo Governo de Minas, levando em conta aspectos jurídicos e orçamentários, uma vez que o Poder Executivo está sujeito às vedações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

“Moc é o lugar. O lugar que não paga o piso, mas pisa no professor”, ironizou uma internauta.

A nota ainda diz que “ o Governo de Minas reitera que cumpre o piso nacional do magistério e que irá continuar respeitando as definições relativas ao piso estabelecidas pela legislação nacional?. Em Minas Gerais, a carga horária dos professores da educação básica do Estado é de 24 horas semanais. Após o reajuste nacional de 2022, chegou-se ao valor de R$ 3.845,61 para uma carga horária de 40 horas semanais. Aplicando-se a proporcionalidade para as 24 horas semanais efetivamente estabelecidas para os profissionais da educação básica de Minas Gerais, o valor do piso nacional para a carga horária de 24 horas semanais passou a ser de R$ 2.307,38. Em Minas, a partir da aplicação da recomposição salarial de 2022 (com reajuste de 10,06%), o vencimento inicial dos professores de educação básica passou a ser de R$ 2.350,49, ou seja, valor que supera o piso nacional de 2022. Por fim, cabe informar que qualquer alteração salarial de servidores do estado só pode ser implementada após aprovação legislativa”.

A Assessoria de Comunicação da prefeitura de Montes Claros não deu retorno até o fechamento da edição.

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