Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Para o coordenador Wagner Rocha, o Café Filosófico propicia o debate, instigando o questionamento
(foto: Wilson Medeiros)
Com debates e aula interativa, conversas e uma boa música para acompanhar acontece no dia 26 de maio, às 19 horas, no auditório do CCBS, a segunda edição do Café Filosófico, promovido pelo curso de filosofia da Unimontes - Universidade estadual de Montes Claros.
O encontro tem como objetivo proporcionar à comunidade acadêmica e ao público em geral a oportunidade de refletir e debater acerca dos mais variados temas apresentados pela filosofia e pelas ciências humanas e sociais.
A idéia é promover uma conversa, uma aula interativa, entre um pesquisador convidado e os demais presentes, tendo como referência um tema específico. A primeira edição do Café filosófico aconteceu no mês passado, com o tema Humanismo e educação na contemporaneidade, discutido pelo professor convidado Humberto Guido, da universidade federal de Uberlândia (UFU),
Na edição desse mês, o convidado é o sociólogo Antônio Dimas Cardoso, que abordará o tema Sociedade e violência em Hannah Arendt.
HANNAH ARENDT
Hannah Arendt ( 1906 – 1975) foi uma teórica política alemã, muitas vezes descrita como filófofa, apesar de ter recusado essa designação. Nascida numa rica e antiga família judia, fez os seus estudos universitários de Teologia e Filosofia em Königsberg (a cidade natal de Kant, hoje Kaliningrado).
Num universo em que o destaque era dado aos homens, Hannah Arendt afirmou-se pela sua feminilidade e judaísmo, ambas condições de adversidade.
Residiu em Paris, convivendo com filósofos como Sartre, Raymond Aron, Walter Benjamin e escritores como Stéphan Zweig e Bertold Brecht que, com ela, partilharam exílio e sempre foi apontada como uma mistura de filósofa, cientista social e até mesmo historiadora, pois, afinal, ela mesma disse que os homens só escapam da história se escrevem a sua própria.
Seu trabalho filosófico abarca temas como política, autoridade, totalitarismo, educação, condição laboral e a condição de mulher.
DEBATE
Na segunda edição do Café Filosófico, o sociólogo Antônio Dimas Cardoso, mestre e doutor em sociologia pela universidade de Brasília (UnB), professor do departamento de Ciências Sociais e do programa de mestrado em Desenvolvimento Social da Unimontes, tratará da questão da violência, tema bastante recorrente em nossos dias, a partir da concepção de Hannah Arendt, que notabilizou-se pela fecundidade das suas reflexões políticas e sociais.
CAFÉ FILOSÓFICO
Segundo coordenador do curso de Filosofia da Unimontes, professor Antônio Wagner Rocha, o Café Filosófico é uma prática muito comum no cotidiano das universidades e até mesmo de outros locais propícios ao debate, tendo surgido por iniciativa do filósofo francês Marc Sautet em 1992, em Paris, sendo que no Brasil o seu surgimento deu-se em 1997, na Livraria Cultura/SP, através de um trabalho desenvolvido pela professora de filosofia Olgária Mattos, da Universidade de São Paulo (USP).
Para o professor João Roberto de Oliveira, chefe do departamento de Filosofia da Unimontes, a iniciativa só vem fazer com que a Filosofia atinja seu principal objetivo: proporcionar o debate e a reflexão, uma vez que pensar é uma das mais necessárias propriedades humanas.