Alunos do Indyu recebem informações de personalidades femininas da cidade
(ÁLVARO VICENTE/ASCOM INDYU)
O papel feminino na sociedade contemporânea tem sido um assunto bastante discutido nos dias atuais. Feminismo, feminicídio, machismo, todos esses termos são ouvidos diariamente, porém, muitas vezes, não se sabe ao certo no que consistem e como surgiram.
Pensando na importância do assunto, a professora Fabiana Carneiro, a coordenação e a direção do Colégio Indyu promoveram uma roda de conversa com os alunos do ensino médio e mulheres de destaque na comunidade, que palestraram sobre diversos temas. O objetivo foi levar informações e promover reflexões sobre o universo feminino no contexto atual.
Fabiana explica que a ideia do evento surgiu quando percebeu a “necessidade de esclarecer alguns conceitos que são deturpados nas mídias sociais, como o feminismo, o feminicídio e o machismo”.
A professora afirma ainda que assuntos como o feminismo negro, movimento de mulheres atuantes tanto na discussão de gênero quanto na luta antirracista, também foi abordado.
A professora de sociologia e uma das integrantes da roda de conversa Alessandra Almeida explica que apesar de o tema ser atual, a luta das mulheres é antiga. “Existe uma distorção da luta que era para garantir esses direitos iguais. No Código Civil de 1916, a mulher era considerada incapaz de ser considerada cidadã, porque gerava filhos e cuidava da casa. Desde então, a mulher vem lutando para ter os direitos de dignidade, reconhecimento como ser humano”.
Alessandra cita ainda a escritora Simone de Beauvoir, autora do livro “O segundo sexo”, no qual escreveu a famosa frase: “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”, porque é uma busca constante de direitos iguais dentro da sociedade.
PARTICIPANTES
Participaram do bate-papo a professora de dirieto Simone Roseane, que falou sobre a linha do tempo e avanços da mulher contra o machismo e patriarcalismo; a professora de português e literatura Ednéia Rodrigues, que abordou o preconceito racial, a luta das mulheres negras e a conotação sexual que é dada a elas; e a professora e psicóloga Leila Gusmão, que comentou sobre o imprescindível acompanhamento psicológico com as mulheres vítimas de violência.
Além disso, o evento teve participação de Karine Maia, delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Montes Claros, que falou sobre a Lei Maria da Penha.
Fabiana conta que além de ser uma forma de aprendizado do aluno, a discussão contribui também para agregar conhecimento para o Enem.
“A importância de promover um evento como esse, é desenvolver não só o intelecto do aluno, como também promover os princípios de cidadania. Hoje em dia todos têm acesso às informações, porém, nós professores, questionamos a qualidade dessas informações. Por isso, trazemos pessoas que entendem do assunto para falar com os alunos”, destaca Fabiana.
Para Gabriele Mourão, diretora do Colégio Indyu, o evento foi pensado para propiciar aos alunos uma reflexão sob a construção do feminino e da trajetória da mulher na antiguidade e no cenário atual. “É relevante para nós enquanto escola e educadores mobilizar esse tipo de evento com caráter de conhecimento e prevenção”, diz.
Os questionamentos abordados foram os direitos e conquistas das mulheres até os dias atuais, as leis que as amparam, possíveis traumas que podem ser causados por alguma violência vivenciada, maneiras e possibilidades de identificar algum tipo de violência doméstica, além de racismo e todo contexto histórico da mulher negra.
“É muito enriquecedor tanto para o aluno, quanto para o profissional. Espero que possamos sempre proporcionar esses espaços para nossos estudantes”, ressalta Gabriele.
*Estagiária sob supervisão do editor