Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Entre as primeiras despesas do início do ano está a de material escolar. E depois dos gastos com presentes e festas de fim de ano, férias, pagamento de impostos como IPVA e IPTU, é preciso ajustar o orçamento, pesquisar preços e usar a criatividade para que a lista possa ser comprada, se não em sua totalidade, ao menos nos itens imprescindíveis.
Segundo o Procon, os preços dos materiais
escolares podem variar em mais de 200%
Para isso, entre outras coisas, é preciso saber que o material da moda ou o mais sofisticado nem sempre é o de melhor qualidade ou de menor preço. E na impossibilidade de comprar cada item em estabelecimentos diferentes, é importante pesquisar a lista como um todo, em diversos pontos de vendas.
Cabe ao consumidor avaliar a qualidade e o preço de produtos similares que também podem atender às necessidades, com economia. Produtos sofisticados ou com características de brinquedos podem distrair a atenção da criança, prejudicando o seu desempenho. È importante lembrar que o material escolar constitui instrumento de trabalho para o aprendizado; portanto, deve estar adequado à finalidade a que se destina.
LISTA
Aline Gomes, dona de casa, 22 anos, é mãe de Vinícius, de 9. Segundo ela, mesmo estudando em escola pública, a lista de material de seu filho é muito além de sua condição financeira.
- Para facilitar, compro cadernos mais simples e encapo com papel bonito e colorido, assim ficam mais interessantes. E como sou eu mesma que faço, me sinto mais próxima de meu filho, participando desse seu momento.
Andréia, 19 anos, é estudante do ensino médio. Segundo ela, uma das alternativas para reduzir o custo na hora de comprar a lista de material escolar é optar por livros usados que, bem encapados, podem ser reutilizados.
A supervisora de vendas de uma papelaria da cidade, Marina Pereira, conta que os pais sempre vão fazer compras, acompanhados de uma mini-lista e às vezes compram somente uma parte, pensando que a escola não vai usar tudo e, no segundo semestre, acabam tendo que comprar o restante.
Marlene da Costa Alves, 37 anos, copeira, é mãe de Sabrina Alves dos Santos, 16 anos, estudante do 1º ano do ensino médio e de Samara Alves dos Santos, 12 anos, que estuda a 7ª série do ensino fundamental.
- Nesse ano fizemos a opção pelo fichário, que apesar de não ser muito barato, dispensa ter que comprar muitos cadernos. Como meu marido está desempregado e o que ganho não é suficiente, só vou comprar a metade da lista e deixar o restante para o segundo semestre.
COMPRAS
Para a professora Denise Santos, deixar as compras para o segundo semestre não é tão interessante.
- No começo do primeiro semestre todos os pais estão comprando os materiais e as papelarias sempre fazem promoções. E este é o momento em que os órgãos de defesa do consumidor estão pesquisando para ver quem está vendendo mais barato - diz Denise, que tem três filhos cursando o ensino médio.
Denise diz, ainda, que acha muito grande a quantidade de material que as escolas pedem.
- Às vezes acho que as listas têm quantias exageradas, como papel ofício e higiênico. E são vários pedidos novos que antes não existiam. Hoje, pede-se fone de ouvido, CD e disquete para computador. Eu sei que o que surge de novo é em função do avanço da tecnologia, mas muitas vezes estão fora da realidade - argumenta.
Para Marina, as quantidades pedidas são realmente necessárias, tanto que existem pais que precisam comprar mais material na metade do ano.
- As listas maiores são no período de alfabetização e as crianças usam muito lápis de cor, de cera e vários tipos de papéis. Além disso, as listas de colégios diferentes são sempre muito parecidas - explica.
O QUE COMPRAR
Segundo o Código de defesa do consumidor, fazer uma lista antes de sair de casa é essencial. Chegar na papelaria e ir escolhendo produtos na prateleira de forma aleatória é uma cilada. De preferência, imprima algumas cópias da relação e vá a diversas papelarias. Em cada uma das listas, anote o preço de cada produto.
Outro item essencial: uma calculadora. Como é costume encontrar preços menores em lugares diferentes, é possível perceber que ao somar os menores preços, os centavos farão uma grande diferença.
Para finalizar, lembre-se que é importante estar com tempo disponível, paciência, sapatos bem confortáveis (pesquisa é sinônimo de muito chão pela frente e economia de dinheiro), de preferência, sem os filhos por perto. Pesquisas revelam que os pais sempre gastam mais quando levam as crianças às compras.