Educação

Nova política de governo para educação básica

Criança Alfabetizada vai garantir que os alunos de 6 e 7 anos aprendam a ler e a escrever

Larissa Durães
Publicado em 21/06/2023 às 02:44.
Nova política quer garantir que crianças de 6 e 7 anos sejam alfabetizadas

Nova política quer garantir que crianças de 6 e 7 anos sejam alfabetizadas

Pesquisa inédita realizada no âmbito do programa Alfabetiza Brasil, do Ministério da Educação (MEC), com avaliações feitas em 2021, permitiu um “raio X” da alfabetização no Brasil. Dados mostram que 56,4% das crianças de 7 anos no país não estão alfabetizadas, quase 6 em cada 10 estudantes nessa faixa etária. O levantamento revelou ainda que os brasileiros estão nas últimas colocações no PIRLS, um exame internacional que avalia o nível de leitura de crianças do 4º ano.
Para reverter o quadro, o governo federal lançou o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, cujo objetivo é garantir que os alunos de 6 e 7 anos aprendam a ler e a escrever. 
A nova política pretende beneficiar 4 milhões de estudantes de 4 e 5 anos de idade, em 80 mil escolas públicas; 4,5 milhões de 6 e 7 anos, em 98 mil escolas públicas e 7,3 milhões de 8 a 10 anos de idade, em 98 mil escolas públicas.
As estratégias para destinação de recursos (R$ 2 bilhões) serão definidas por estados e municípios. Serão distribuídas 7.223 bolsas para os professores “articuladores” de cada região que farão reuniões com o MEC e acompanharão o processo de implementação do programa, com a distribuição de materiais didáticos, combate às desigualdades regionais, dentre outras coisas.

Indignação
Mãe de uma criança de 8 anos, estudante da 3ª série na Escola Estadual Dona Quita Pereira, P.S. lamenta o fato de a filha fazer parte da estatística negativa, por não saber nem ler e nem escrever. O déficit de aprendizagem já foi discutido com professores, já que criança não tem qualquer problema de saúde. A resposta da educadora foi ainda mais desanimadora, deixando a mãe indignada. Segundo ela, seria preciso apenas esperar o tempo da criança. 
Para a mãe, o problema é que a escola passa pouco conteúdo, não estimula as crianças e não manda tarefa de casa. “Eles alegam que é por causa da pandemia (o atraso), mas não é, porque na sala da minha filha umas sabem e outras não sabem ler. Eles exigem pouco das crianças. O que vejo são crianças pouco motivadas”, lamenta a mãe. 
Vanessa Rodrigues de Sousa, especialista da educação básica da Escola Estadual Dona Quita Pereira, rebate a mãe e explica que existem alguns fatores que devem ser observados, entre eles avaliar se são crianças especiais.
“Tem o reflexo da pandemia, que afetou gravemente a alfabetização das crianças, mas não é que não sabem nada, temos que avaliar e observar toda a trajetória. Acredito que o diálogo entre a família e a instituição é importante. Não podemos colocar a responsabilidade só na família, mas também não podemos colocar só na escola”, pondera. 

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