Muro de arrimo traz Jamesoli aos palcos da cidade

Jornal O Norte
13/04/2006 às 18:37.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:33

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

Neste final de semana, o grupo Artecena apresenta o monólogo Muro de arrimo, estrelado pelo ator Sarney Jamesoli e dirigido pelo ator e produtor teatral, Haroldo Soares.

Cantor, ator, radialista e DJ, Sarney Jamesoli se diz agradecido pelas oportunidades que Deus lhe deu


(foto: Wilson Medeiros)

O monólogo conta a trajetória de um pedreiro ufanista e fanático por futebol que, sempre conversando com seu radinho de pilha, faz um melodrama pontuando suas emoções, tristezas e alegrias na situação política do país e nas conquistas e derrotas de seu time, o Atlético Mineiro, e da seleção brasileira.

O ATOR

Seu nome é José Sarney Messias de Oliveira. Para ficar, como ele mesmo diz, mais chique, juntou as iniciais de cada nome e se tornou Sarney Jamesoli.

Cantor, ator, radialista e Dj, Jamesoli diz que a arte é quem conduz sua vida e realiza seus sonhos.

De origem humilde, nascido na cidade de Murici (Bahia), muito curioso, ainda pequeno, abriu o rádio de sua avó para ver quem estava falando lá dentro.

Anos depois, já morando em Minas Gerais, na cidade de  Salinas, tornou-se radialista, profissão que logo trocou  pelos palcos, tornando-se uma espécie de locutor-animador.

Nesse pingue-pongue, tentando descobrir onde melhor se encaixava, Jamesoli começou a cantar em showmícios, e foi a partir daí que resolveu cantar pra valer.

Gravou dois Cds com músicas próprias, que lhe renderam boa aceitação na mídia e uma viagem a Portugal, onde cantou para um público, segundo ele, a princípio meio tímido, mas que depois de algumas músicas, caiu na gandaia. Apresentou-se, ainda, em várias casas noturnas de Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro, participando algumas vezes do Programa do Ratinho, do SBT.

DA MÚSICA PARA O TEATRO

Sua incursão no teatro também veio em virtude do trabalho com a música. Participou da peça O defunto premiado, onde interpretou um nordestino metido a carioca.

- A paixão pelo teatro foi instantânea. Falava muito rápido e aprendi a dominar isso. Desde o começo percebi que, se aprimorasse como ator, cantar ficaria mais fácil, pois teria mais domínio da expressão corporal e me comunicaria melhor - conta Jamesoli, dizendo que na primeira oportunidade que teve, participou de uma oficina de teatro com o ator, diretor, autor teatral e jornalista Eduardo Brasil e, logo depois, com os atores Caio Blat e Frederico Mainlink.

CANTAR OU ATUAR?

Apesar de se achar mais cantor que ator, Jamesoli, desde que entrou em cena, não conseguiu sair mais. Convidado do grupo Artecena, emendou um espetáculo no outro e hoje, mesmo encenando Muro de arrimo, continua ensaiando o próximo espetáculo, Hoje a banda não sai, com o grupo Oficinato, do diretor Aldo Pereira, que reestréia no próximo mês de maio.

- O grupo Artecena sempre procura temas atuais e isso acaba me envolvendo, não consigo resistir ao convite. Quando percebo, antes de encerrar a temporada de uma peça, já tem outra engatilhada, com estréia marcada. O Oficinato foi onde comecei e é o grupo do qual realmente faço parte - explica o ator entusiasmado com o trabalho.

MURO DE ARRIMO

Jamesoli conta que para interpretar o pedreiro do monólogo fez um intenso laboratório.

- Durante dois meses e meio, acompanhei uma equipe de pedreiros em uma obra e aprendi a falar como eles, as gírias, os jargões que toda profissão tem, o jeito de se vestir, a forma de falar sobre a família e seus problemas, de forma que no palco, me sinto realmente um pedreiro - conta o ator.

ESPETÁCULO

Muro de arrimo acontece sábado e domingo, 16 e 17 de abril, com duas apresentações por dia, às 20h e 21h, no centro cultural Hermes de Paula. Os ingressos custam R$ 3.

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