Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Moradores da comunidade de Ermidinha, zona rural de Montes Claros, há muito vêm reclamando das condições do transporte escolar na região, que, segundo eles vem sendo feito de forma irregular, causando prejuízos à população e comprometendo seriamente a manutenção das crianças na escola.
Em uma carta recebida pela redação de O Norte, assinada por representantes da comunidade, a reclamação é de que foi realizada uma licitação para atender duas linhas com dois veículos kombi, para percorrer os trajetos Ermidinha/Buriti Seco e Ermidinha/Vista Alegre, vencendo a concorrente Luziane Rodrigues.
TUDO EM VÃO
Apesar de ter sido aprovado por licitação a circulação de dois veículos, os moradores dizem que apenas um se encontra circulando nas duas linhas, e nem sempre dá conta de transportar todas as crianças dos dois trajetos.
Segundo eles, os mais prejudicados são os alunos da comunidade de Buriti Seco, pois é comum o motorista não esperar que terminem as aulas, porque tem que sair correndo para buscar as crianças da comunidade de Vista Alegre.
SEM RECLAMAÇÃO
Segundo o chefe de transporte escolar rural da prefeitura, Antônio Caio de Paula Pinto, uma equipe esteve na comunidade na semana passada e nada foi registrado.
- Todos os meses, nós recebemos o boletim de medição de todas as escolas rurais, que apura detalhadamente como está sendo executado serviço de transporte escolar nas comunidades. Na semana passada, recebemos o último boletim e não consta nenhuma reclamação da escola de Ermidinha. Contamos com a população para que nos deixe cientes de qualquer problema que aconteça para que possamos resolver a contento, argumenta o Antônio Caio, que diz que ainda nesta terça-feira vai enviar uma equipe para apurar a reclamação.
SUBORNO
Na carta, os moradores reclamam, ainda, que já pediram a fiscalização da Transmontes, mas até hoje o problema continua sem solução. Eles denunciam que os agentes que chegam à comunidade para fiscalizar são subornados com queijo, frango caipira e caninha da roça, e fica tudo por isso mesmo.
APELO
Os representantes fazem um apelo à administração pública para que, urgentemente, sejam tomadas medidas para resolver a situação, pois não é possível admitir que crianças andem quilômetros para ir à escola quando têm direito legal a um transporte, que, inclusive, já está sendo pago com dinheiro público, sem sequer ser usado.