Jerúsia Arruda


Repórter


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A Expomontes começa hoje e traz diversas atrações para agitar as dez noites de festa, com músicas em todos os estilos, como axé, sertanejo, calipso e música gospel.

Mas, uma das atrações que certamente marcará o evento será o lançamento da banda mineira Calypcia que, com uma estrutura que se nivela ao das bandas do gênero que já são sucesso no país, apresentam seu primeiro CD, com músicas inéditas de composição do grupo e algumas releituras.

Com uma estrutura que se nivela ao das bandas do gênero, que já são sucesso no país, o Calypcia promete incendiar o parque de exposições neste domingo

Formada por 10 músicos, 3 cantores e uma equipe de produção que envolve 35 pessoas, entre bailarinos e equipe técnica, vindos de diversas cidades mineiras, entre eles, vários montes-clarenses, a banda é oriunda de uma outra formação, que já vinha fazendo bailes e shows há cerca de 10 anos.

Segundo o produtor musical do grupo, Jackson Kundera, a escolha pelo ritmo que virou febre nacional vai além de uma simples carona.

- Sempre tivemos todo um cuidado com a questão musical, mas também consideramos a performance, cenários e postura cênica como elementos fundamentais para a produção de um show. O baile favorece esse trabalho, mas limita o público, por isso decidimos escolher um ritmo que nos colocasse mais perto do grande público, sem abrir mão desse nosso jeito de trabalhar. E o calipso favoreceu muito porque, além de estar em alta, demanda uma produção, como a que nós já fazíamos. O trabalho foi só redimensionar, já que o show tomou outras proporções - diz o músico.

CALIPSO

O ritmo se projetou nacionalmente a partir do Pará, com a banda Calypso, incendiando o eixo norte/nordeste, até chegar ao sul, se tornando uma nova fase musical no país, influenciando a formação de novos grupos.

Com um estilo que é ao mesmo tempo dança e música, é uma versão regionalizada da música caribenha, com liberação das guitarras e forte influência da evolução tecnológica que tem atingido as produções musicais de um modo geral.

O calipso sempre existiu nos estados do norte do Brasil e se assimila mais ao forró por ser dançante.

Considerado um ritmo brega, a nova mania nacional tem um gingado contagiante e letras e performances sensuais e bem humoradas, que tanto agradam ao gosto popular.

A rapsódia está mudando a programação das rádios do país, que estão abrindo espaço para outros estilos considerados bregas e já ultrapassados.

NOVA LEITURA

O calipso que o Brasil conhece tem profundas influências da cultura paraense. Segundo Kundera, no Calypcia foram feitos alguns ajustes para que o grupo pudesse ter um diferencial.

- O calipso sempre existiu no Pará e é natural que sofra influências do folclore e cultura popular locais. Para que pudéssemos fazer um trabalho com um toque pessoal, adaptamos elementos do pop, da música regional e de vários outros estilos, criando um jeito bem nosso. Mesmo nas performances, usamos elementos mais modernos, sensuais é claro, mas de um modo mais sutil. O resultado é um novo calipso, bem à moda mineira, mas com a mesma efervescência do calipso paraense - explica Jackson, que diz que a experiência tem sido bem gratificante.

SINCRETISMO

Jackson Kundera diz, ainda, que para que o calipso não seja apenas uma febre passageira será preciso se adaptar ao mercado nacional, assim como aconteceu com o forró.

- Enquanto o ritmo estava na região norte, ficava simples porque tinha elementos que faziam parte da cultura de lá, não sofrendo influência direta das outras regiões, apesar do alcance da mídia. Mas, a partir do momento que entrou em contato com outros hábitos culturais, é impossível evitar a fusão com outros elementos o que, sem dúvida, modificará o ritmo. Isso é bom porque adotará uma linguagem mais ampla que pode ser assimilada por todo o país, assim como aconteceu com o forró, que já não é mais do nordeste e sim do Brasil - explica o produtor.

O SHOW

A banda Calypcia se apresenta no próximo domingo 02, véspera de feriado - dia 03 de julho é aniversário de 149 anos de Montes Claros -, a partir das 21 horas, no parque de exposições João Alencar Athayde, dentro da programação da Expomontes e promete incendiar a multidão que certamente irá comparecer.

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