Professor da Funorte atua em pesquisa no rio
(Arquivo pessoal)
Uma nova etapa de trabalho para avaliar possíveis impactos do rompimento da barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho, no rio São Francisco está para começar. O objetivo é verificar se os rejeitos chegaram à represa de Três Marias e contaminaram a água e os peixes.
O veterinário e professor do curso de Medicina Veterinária da Funorte Rômulo Tadeu é um dos integrantes da equipe. Ele participou da primeira etapa, realizada em maio deste ano.
Foram sete profissionais do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão do qual o professor faz parte, sendo dois veterinários e cinco técnicos agrícolas.
Foram coletadas amostras de 2.200 animais, água e ração utilizadas para alimentação das espécies. Visualmente não foi detectado nenhum tipo de alteração e os resultados das análises realizadas ainda não foram divulgados.
Nesta segunda etapa estão previstas coletas em todas as áreas de piscicultura e unidades epidemiológicas vistoriadas anteriormente, além de novas análises de água – em 60 pontos da barragem – e também da ração utilizada na alimentação dos animais.
Em todas as amostras coletadas, os animais passarão por necropsia a fim de diagnosticar algum sinal clínico e serão realizadas amostras da musculatura e do fígado para detectar a presença de metais pesados, assim como na água e na ração utilizada.
Ainda não há previsão para divulgação dos resultados, tendo em vista a grande quantidade de amostras coletadas.
AMOSTRAS
Rômulo explica que irá fazer o monitoramento dos animais aquáticos da represa, coletando amostras de águas e animais. “O procedimento é feito através de amostras da musculatura e de fígado desses animais, pois pode haver contaminações de metais pesados. A base desta contaminação estará presente na musculatura”, diz.
“Depois dessas pesquisas, podemos passar nossa experiência, mostrar os métodos utilizados, a prática do dia a dia e a importância da preservação ambiental para os alunos do curso de Medicina Veterinária”, explica.
Para Rômulo, a atividade é uma experiência muito gratificante. “É uma forma de colaborar para minimizar o impacto ambiental desta tragédia e, ao mesmo tempo, com a segurança alimentar, pois faremos análises dos peixes de diversos criatórios que são fornecedores para frigoríficos de pescado que abastecem a região”.