Na noite da última terça-feira (19), o Centro Universitário Funorte realizou, no Espaço Vision, uma solenidade marcada por emoção e reconhecimento em homenagem a educadores, gestores e pioneiros que contribuíram para transformar Montes Claros em um polo educacional de referência. A iniciativa foi idealizada pelo fundador da instituição, professor Ruy Muniz, e pela reitora Raquel Muniz.
Raimundo Rodrigues Avelar foi o primeiro homenageado da noite, recebendo o título de Professor Honoris Causa pelo reconhecimento à sua trajetória e contribuição ao setor. Ex-diretor da Fundação Norte Mineira de Ensino Superior (FUNM), embrião da Unimontes, liderou uma gestão marcada por expansão e qualificação docente. A Biblioteca Central da Funorte leva o seu nome.
A cerimônia prosseguiu com entrega de medalha aos homenageados ou seus representantes. Sendo: professor Antônio Avilmar, doutor em história e ex-reitor da Unimontes; Adão Afonso Lima Pacheco, administrador de empresas, ex-secretário municipal e diretor de instituição de ensino superior; professor e engenheiro Armando Macedo Chaves, mestre em saneamento, Recursos Hídricos e Meio Ambiente; os médicos e educadores Eduardo Avelino Pereira e Francisco Marcos Barros, referências para alunos da disciplina; Cleia Maria Almeida Prado, farmacêutica, especialista em genética e bioquímica e farmácia clínica; Enedina Gonçalves Almeida, médica e professora, especialista em Ensino em Ciências da Saúde; Elaine Fagundes Silva, pedagoga, gestora empresarial, graduada em direito e com atuação na rede de ensino Funorte; professora Isabel Rebello de Paula, primeira diretora da Fafil e sócia fundadora do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros; Professor Juvenal Caldeira Durães, um dos fundadores do curso de Matemática da Fafil, atual Unimontes e ex-diretor da instituição; Leila das Graças Siqueira, Doutora em Ciências da Saúde, mestre em saúde pública, professora e diretora acadêmica do Hospital Mário Ribeiro (HCMR); Luciana Santana Ribeiro, médica e diretora do HCMR, com atuação de destaque em comunidade quilombola; professora Marilee Patta, doutora em geografia, especialista em tecnologias da comunicação engenharia de informação; as irmãs Maria da Consolação Figueiredo (Mary) e Maria Isabel Magalhães Figueiredo (Baby), ambas educadoras e pioneiras no ensino superior; Martha Pompeu Padoani, doutora em Gestão e educadora; professora de português e francês Nely Rachel Veloso; professora Rosa Terezinha Paixão Durães, referência na formação de professores e propulsora da Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (Cades); professor Walter Luiz de Moura, especialista em Ciência da Motricidade.
Para o professor Ruy Muniz, a educação é um processo contínuo e em constante transformação. E para se chegar ao que a cidade representa hoje no cenário nacional, foi preciso dedicação daqueles que não estão mais aqui, mas que servem de exemplo de quão importante é o sonho acompanhado de ação. “Eles nos deram a ideia ampla de educação e nos motivaram a constituir um grupo educacional de relevância no país. Pessoas fortes, corajosas, que fizeram o ensino superior florescer. A cidade está no caminho de se tornar das primeiras em polo universitário”, disse Ruy.
Outros agradecimentos
Para marcar a memória e agradecimento da cidade a alguns desses pioneiros foram homenageados e representados por familiares, João Luiz de Almeida, jurista, jornalista e um dos fundadores do Instituto Norte-Mineiro de Educação; Hermes Augusto de Paula, médico, historiador, folclorista e seresteiro; João Valle Maurício, médico, educador, gestor público e escritor; Luiz de Paula Ferreira, advogado, empresário, escritor e político, fundador da Fundação Educacional Luiz de Paula e criador da Fafil; Ruth Tolentino Barbosa, professora, diretora da Fadenor e presidente da COTEC e Mário Ribeiro da Silveira, médico, assessor da Casa Civil no governo João Goulart, primeiro diretor da Faculdade de Medicina da cidade e ex-prefeito, lembrado como o “prefeito da educação”.
Para Mário Ribeiro Filho (Ucho), a homenagem é significativa. “É uma alegria e satisfação falar dessa homenagem. Nos sentimos bem e confortáveis, porque tivemos uma família dedicada à educação. Marão dedicou sua vida à educação e à saúde e merece essa homenagem”, destacou Ucho. Maria Ribeiro, neta de Mário Ribeiro e bisneta de João Luiz de Almeida, dois dos homenageados, afirmou que é uma gratidão imensa ver que ainda se valoriza a história e a memória. “Tudo que construirmos daqui para a frente é resultado dessas memórias que fazem parte da gente. Nas minhas andanças como jornalista, sempre escutei que onde eles estivessem, eu estivesse por perto, porque lá haveria algo a se aprender”, declarou.
Virgínia de Paula, filha do historiador Hermes de Paula, que viu recentemente o livro do seu pai ser relançado e disponibilizado em edição especial pela Unimontes, conversou com O Norte e realçou que “a homenagem veio acrescentar emoção, já que ele é sempre reconhecido como historiador ou médico. Ecologista, ele era também e poucos sabem. Mas vê-lo hoje ser reconhecido como professor é realmente maravilhoso. Fui aluna dele. O melhor professor que alguém pode imaginar, de higiene e puericultura. Estou muito feliz e agradecida à Funorte e a todos os envolvidos”.