Acadêmicos dos cursos Normal Superior e Pedagogia da Soebras participam do projeto que tem o compromisso de resgatar o encanto de sonhar. Com participação de cerca de 250 alunos, o projeto começa dia 18 de maio e vai até o dia 15 de junho

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

Hoje, mais do que nunca, a educação depende da capacidade de fazer o aluno sonhar, e que essa capacidade e ato criativo estejam interligados. Estudiosos afirmam que na sociedade pós-moderna a inserção social reside, fundamentalmente, na criatividade e por isso a defendem como base para a construção da escola do futuro.

Com essa concepção a coordenação dos cursos Normal Superior e Pedagogia da Soebras promove desde 2004 o projeto Educar Além dos Sonhos, com o objetivo de preparar os acadêmicos para exercer a profissão de gestor da educação, assumindo o papel de incentivador do processo de desenvolvimento da personalidade do aluno, valorizar suas capacidades e estimular sua auto-estima.

Neste ano, o projeto acontece de 20 de maio a 15 de junho, envolvendo cerca de 250 acadêmicos em várias atividades práticas.

Segundo a coordenadora de Atividades Complementares dos cursos Normal Superior e Pedagogia, Enildes Santos Antunes, o projeto envolve pesquisas estudos, trabalhos de campos atividades de humanização e gestão de conhecimentos.

- Somos todos movidos a sonhos e tudo que podemos imaginar, podemos realizar, desde que estejamos devidamente motivados e preparados para encarar seus desafios. A realização começa quando idealizamos um plano e este vai se concretizando à medida que colocamos nossas determinações em ação. Nesse projeto levamos o acadêmico ao reconhecimento do mercado de trabalho, de forma que, no exercício da profissão, ele tenha noção da realidade em que vivem os alunos e seus familiares, e possa assumir o compromisso de contribuir para o resgate de sua capacidade de sonhar e de realizar seus sonhos – diz Enildes.

Os acadêmicos desenvolvem atividades como leilão, bazar, barraquinhas, shows musicais, gincanas, jogos brincadeiras, música, teatro, leitura, artes, canto, dança, ginástica, oficinas e exposição de trabalhos.

- As atividades práticas aproximam os acadêmicos da comunidade, dando-lhes a oportunidade de assumir seu papel social antes mesmo da graduação, afinal, o curso superior ainda é uma realidade para uma minoria da sociedade. Além disso, ao se graduar, o aluno já tem um diferencial em relação às outras instituições, pois deixa a faculdade com um currículo, com experiências teóricas e práticas. Experiências estas, vivenciadas junto à própria comunidade onde vai atuar – argumenta a professora.

Zilda Rodrigues Cardoso, acadêmica do 3º período de Pedagogia, diz que o projeto cria uma nova dimensão no aprendizado.

- Nem me imagino em um curso somente em sala de aula. Participo do projeto desde o primeiro período e me sinto mais preparada para lidar com a realidade do dia-a-dia do professor. Durante o projeto desenvolvemos uma série de atividades como bazar e gincana, onde arrecadamos roupas, alimentos, que são revertidos para a própria comunidade participante. Nesse processo é possível perceber a situação de risco social em que vivem muitas famílias e de como as crianças contribuem desde cedo na busca de seu sustento, deixando de brincar, sonhar, de ter vida de criança. Assim podemos compreender melhor nosso compromisso como educadores em contribuir para o resgate de sua capacidade de sonhar – diz Zilda.

GESTÃO ESCOLAR

Enildes diz que a gestão escolar constitui uma dimensão importantíssima da educação, já que por meio dela é possível observar a escola e os problemas educacionais globalmente e, com ações interligadas, entender como funcionam de modo independente.

- Hoje o professor tem que ser um gestor em educação. Que não apenas transmita conhecimentos pragmáticos, mas que oriente, guie, seja amigo e companheiro. Não podemos mais nos limitar a dar aulas. É preciso uma atuação mais ampla, fazer parte das transformações, entender o mundo, ter compromisso e competência, caminhar passo a passo com o aluno – ressalta.

Enildes diz que saber ensinar não é apenas transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para sua construção, entre elas, a capacidade de sonhar.

- As crianças estão perdendo a capacidade de sonhar e, se ao chegarem à escola nos atermos à mera transmissão de conhecimentos e informações, dificilmente vamos ajudá-las a acreditar em dias melhores, no máximo vão aprender algo novo. Agora, se as ajudarmos a descobrir e entender o próprio mundo, a recriá-lo, motivar sua criatividade para superar as dificuldades, e a vontade para começar, certamente terão outras perspectivas – completa Enildes.

A coordenadora explica que ao falar em sonho, o projeto não se atém a um devaneio qualquer, no sentido subjetivo, mas àqueles que levam o individuo a buscar a realização de seus anseios.

- Nosso objetivo é promover a educação como agente propulsor de valores que garantam a sobrevivência de algo mais após o esquecimento do que foi aprendido. Alguma coisa permanente e transformadora, o saber ser mais do que o fazer – conclui.

O PROJETO

Nesta sexta-feira, 18, a partir das 19h, no campus São Norbert, acontece a abertura do projeto com apresentação das equipes, apuração da gincana e entrega de prêmios. Logo após, haverá barraquinhas com comidas e bebidas típicas, bazar e show ao vivo com a dupla Leandro e Nadson.

No sábado, 20, haverá bazar no bairro Vilage do Algo, e no domingo, 27, no bairro Independência, a partir das 7h da manhã.

A culminância do projeto acontece no dia 15 de junho, às 19h, no Campus São Norberto, com Show de Talentos, exposição de trabalhos desenvolvidos pelos acadêmicos nas escolas e oficina e exposição de materiais pedagógicos para alfabetização.