Ellen Cristina Carvalho e sua filha de quatro anos, Alice Cristina (arquivo pessoal)
No dia 2 de abril, o mundo se une para aumentar a compreensão sobre o autismo e promover a inclusão das pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) na sociedade. O autismo é uma condição neurológica que influencia a comunicação, o comportamento e as interações sociais. Conscientizar sobre o autismo é crucial para combater estigmas e criar ambientes inclusivos que valorizem o potencial das pessoas com autismo.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) de Montes Claros preparou uma programação especial durante todo o mês de abril para reforçar os direitos das crianças com TEA. As atividades, que acontecerão em todas as unidades escolares municipais, incluem oficinas, palestras, rodas de conversa, exposição de trabalhos dos alunos e sessão de cinema com vídeos relacionados ao tema.
“Indivíduos com TEA têm aptidões e talentos específicos em determinadas áreas do conhecimento. Muitos podem, por exemplo, concentrar-se fortemente em apenas uma coisa. E muitas vezes as pessoas não compreendem. Então, teremos um mês dedicado à conscientização e à informação da comunidade escolar a fim de quebrar tabus e eliminar preconceitos”, destaca a secretária municipal de Educação, professora Rejane Veloso Rodrigues.
A fonoaudióloga e terapeuta familiar especializada em TEA, Vanessa Saeger, afirma que a data é de extrema importância, pois o transtorno do espectro autista tem aumentado em prevalência a cada ano. “Está muito mais frequente a gente encontrar pessoas com autismo nas áreas de atuação e de convivência que a gente tem. Então, a sociedade, mais do que nunca, ela precisa compreender tanto as limitações autistas quanto as potencialidades. Para isso. Você precisa conhecer o autismo, senão você não consegue nem compreender o que é, nem compreender o que não é, nem o que esperar e, nem ser favorecido, inclusive, com as potencialidades da pessoa com autismo”, diz.
Promover a inclusão social é essencial, segundo a terapeuta, mesmo para aqueles que não tem contato direto com certas realidades. “Por isso, é importante estar aberto para entender o que é diferente de nós. Buscar informações sobre o autismo e demonstrar empatia pela diversidade são passos cruciais, mesmo que não busquemos ativamente essas informações. É fundamental ouvir e se interessar pelas experiências e desafios das pessoas autistas, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva”, completa
Apesar dos avanços, muitas pessoas autistas ainda enfrentam discriminação e falta de acesso a serviços. Para Ellen Cristina Carvalho, mãe de uma criança autista de quatro anos, é crucial que a sociedade compreenda o autismo, pois muitas pessoas ainda desconhecem suas características e particularidades. “É importante se informar para evitar o preconceito, especialmente ao lidar com comportamentos aparentemente inadequados de crianças autistas”.
Hellen enfatiza a necessidade de compreensão e empatia da sociedade, sugerindo que, em vez de julgar, as pessoas ofereçam ajuda, pois, “muitas vezes é o que as mães de crianças autistas precisam”, destaca.