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Quinta-Feira,28 de Novembro

Curso de formação em educação inclusiva promove reflexão

Jornal O Norte
19/07/2006 às 12:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:40

Durante cinco dias, de 10 a 14 de julho, mais de 20 profissionais de Montes Claros e outras cidades do Brasil participaram do III Curso de Formação de Gestores e Educadores que ocorreu no contexto do programa federal Educação Inclusiva: Direito à diversidade, abordando e debatendo vários temas, 14 ao todo, relacionados à urgência da inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular.

Participaram do evento cerca de 100 diretores, supervisores e professores das redes públicas municipal e estadual de ensino de Montes Claros, além de dois representantes da maioria dos 18 municípios posteriormente incorporados ao grupo dos 20 que, há dois anos, integram a área de abrangência de Montes Claros, um dos 144 municípios-pólo escolhidos para atuar como multiplicadores do programa em território nacional. O curso aconteceu no auditório do Centro de Ciências Humanas da Unimontes.

ATUALIZANDO O PROCESSO

Formado há 16 anos, mestre em pediatria e professor do curso de pós-graduação em Terapias Cognitivas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belisário Filho explica que, ao aceitar o processo de inclusão, a escola automaticamente muda suas práticas pedagógicas, atualizando-as e utilizando recursos inovadores em sala de aula.

- Uma escola que aceita alunos diferentes, beneficia também e, sobretudo, os demais estudantes, que se transformam em seres humanos melhores, à medida que eleva a compreensão social de todo o grupo, assegura, advertindo que vai longe o tempo de medidas autoritárias, como as registradas no século XIX, quando as crianças permaneciam em fila indiana nas salas de aula.

SURDO-CEGUEIRA

A Iracema Vilaronga, uma deficiente visual, esclareceu acerca da surdo-cegueira, isto é, a inclusão de alunos cegos ou com baixa visão. Para Vilaronga, pós-graduada em Educação Especial e coordenadora do Instituto de Cegos da Bahia, um aspecto interessante seria os professores atentarem-se para o cotidiano dessas pessoas.

- Pelo fato de terem uma deficiência multissensorial, tendem a permancer isoladas do mundo, daí a premência de uma atenção especial por meio de uma forma de comunicação que lhes possibilite interagir com os outros e o ambiente circundante, no caso a sala de aula. A surdo-cegueira é uma deficiência multissensorial, Não se trata do cego que não escuta nem do surdo que não enxerga, mas de uma deficiência com necessidades específicas, a privação de dois sentidos ao mesmo tempo, esclarece Vilaronga.

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