Curso capacita profissionais da saúde para atendimento ao paciente

Jornal O Norte
22/12/2005 às 11:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:56

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

Durante sete semanas, com turmas de 30 alunos e jornada de 15 horas/aula por turma, 430 funcionários do hospital Aroldo Tourinho participaram de curso de capacitação na área de atendimento e administração em saúde, ministrado pela rede Soebras/Funorte, através da diretoria de Pós-graduação.

A Soebras/Funorte ganhou a carta-convite para fazer a capacitação dos funcionários do HAT, através do Programa de melhoria da qualidade dos hospitais de Minas Gerais – Prohosp, que tem como objetivo qualificar os profissionais do setor de saúde.

O Prohosp é uma iniciativa do governo do estado de Minas Gerais que objetiva a regionalização, o fortalecimento e a melhoria da qualidade dos hospitais que atendem ao SUS - Sistema único de saúde no estado.

O CURSO

A primeira etapa do curso iniciou no período de 13 a 15 de novembro, com aulas sobre urgência e emergência, com a participação de 34 médicos que atuam no HAT. No dia 21 de novembro, as aulas foram voltadas para funcionários de todos os setores do hospital, onde foram abordados temas como atendimento ao público, relações interpessoais, biossegurança, ética e postura profissional, discutindo ainda, o capítulo 8 da Constituição Federal de 1988 que rege sobre saúde, os princípios e as leis do SUS.

Segundo Érica Lopes, responsável pelo departamento de contabilidade e uma das coordenadoras do curso, o objetivo do hospital é qualificar o atendimento aos pacientes e acompanhantes que buscam pelos seus serviços.

CONSCIENTIZAÇÃO

Rosângela Almeida de Morais, que trabalha em serviços gerais, diz que o curso foi muito importante para conscientização no trato com os pacientes.

- Além de esclarecer dúvidas sobre assuntos que a gente já tem conhecimento, mas que por lidar todo dia, acaba se acomodando, o curso também nos lembrou da importância de saber trabalhar em equipe - diz.

Ângela Divina Duarte, funcionária do setor de ultrassonografia, diz que o curso influenciou não só profissionalmente, mas também na área pessoal, pois não é possível falar de relações sem envolver sentimentos.

- Não tem como deixar o lado pessoal em casa e vir para o trabalho; um está ligado ao outro, mas o curso mostrou bem como separar as duas coisas sem deixar de ser eu mesma, isto é, de oferecer um atendimento humanizado com ética profissional, de interagir com os colegas de trabalho, e com os pacientes, sem transferir para eles meus problemas e insatisfações, e ao mesmo tempo, ser uma pessoa autêntica e de fácil convívio.

O curso, segundo ela, deixou claro a importância da sua participação individual na construção da imagem do hospital lá fora.

- E acho que a soma vai trazer um resultado positivo no final – argumenta.

MUDANÇAS

Aristides Ruas dos Santos, funcionário da manutenção há dezessete anos, diz que o curso já está dando resultados, pois já é possível perceber mudanças na postura de muitos colegas que assistiram às aulas.

- Criou uma nova mentalidade com relação ao amor e carinho que devemos ter como profissionais atuantes na área da saúde. Os pacientes já chegam sensibilizados e se cada um de nós puder oferecer um atendimento gentil fica mais fácil enfrentar os momentos difíceis – explica.

Fátima Aparecida Barbosa Alves, trabalha há pouco mais de ano na higienização. Segundo ela, o curso ajudou a valorizar situações que às vezes passam despercebidas.

- Por mais que se queira agradar, ainda temos muita restrição no jeito de lidar com as pessoas, talvez por medo ou insegurança. E o curso nos mostrou como lidar com isso. Nos mostrou também a importância de saber ouvir as pessoas, de ver o que é melhor para nosso setor e tentar buscar essas melhorias. Foi muito proveitoso, aprender é sempre bom – afirma.

HUMANIZAÇÃO

Rosângela Barbosa Chagas, enfermeira e professora de biossegurança e ética profissional, explica que o curso tentou passar para as diversas categorias profissionais noções que normalmente são domínio de uma só categoria.

- O aproveitamento foi incrível. O pessoal da limpeza que nunca tinha ouvido falar, por exemplo, em ética desenvolvida dessa forma, os porteiros, o pessoal da lavanderia, que são profissionais geralmente mais esquecidos nessa parte de treinamento, participaram de forma surpreendente – explica.

Em relação ao atendimento ao paciente, Rosângela diz que ao longo dos anos vem ocorrendo uma desumanização na saúde de modo geral, talvez pelas dificuldades próprias do setor e pelos recursos humanos serem escassos.

- A iniciativa de fazer um curso como esse é uma proposta muito bonita de humanização, mas é complicado porque só treinamento, só reciclagens, não resolvem. Se a instituição não se preparar para essa mudança, melhorando equipamentos, aumentando pessoal, não dá resultado. Só treinar o recurso humano que já tem fica difícil. A idéia é que cada um dos funcionários, através do curso, consiga uma mudança de comportamento tanto profissional quanto pessoal, mas o hospital também tem que estar preparado para absorver essas mudanças – finaliza.

O curso teve a primeira etapa concluída na última sexta-feira 16, e inicia a segunda etapa em janeiro de 2006, com a orientação técnica e gerencial da professora, especialista em Saúde Pública, Ana Cristina Couto Amorim.

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