Professores, alunos e servidores realizaram uma manifestação em frente à superintendência
Em 2024, tradicional escola de Montes Claros completou 60 anos de serviço educacional (Arquivo pessoal)
Na manhã dessa quinta-feira (11), professores, alunos e servidores da Escola Estadual Professora Dulce Sarmento, uma das mais tradicionais de Montes Claros, fizeram manifestação em frente a Superintendência Regional de Ensino, a fim de sensibilizar o governo. Os manifestantes temem o fechamento da escola, que em 2024 completa 60 anos. A escola é de tempo integral e estaria perdendo alunos para as que mantém o ensino regular. Em 2024 não foram abertas turmas do sexto ano. A reivindicação é pela abertura de novas turmas do ensino regular e de cursos técnicos no período noturno. Nestes cursos haveria uma lista de espera, segundo manifestantes. Atualmente, o colégio está com três turmas do ensino fundamental, oito turmas no ensino médio, duas turmas do programa Educação para Jovens e Adultos (EJA) e um curso técnico em química.
Rhyan Santos Oliveira é aluno do primeiro ano do ensino médio. Ele participou da manifestação e diz temer pelo futuro da escola. “Eu tenho receio que escola seja fechada. Estudo no Dulce há cinco anos e se isso acontecer é uma perda para todos nós. Eu perco o convívio com meus colegas, o conteúdo escolar, o ritmo de estudo e o gosto de estudar. Não tenho outra escola em vista”, diz.
Fabiano Matos, professor de biologia e práticas experimentais, um dos líderes do movimento, foi chamado para uma reunião com a diretoria da Superintendência durante a manifestação. Ao sair do encontro, ele conversou com a reportagem e informou que a conversa foi positiva. “As propostas foram lavradas em ata. Ficou acertado para 2025 a volta do sexto ano, do ensino médio parcial nos três turnos e cursos técnicos de Química, Libras e Informática no plano de atendimento”, informou.
Geraldo Costa, diretor estadual do sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute), tem uma forte ligação com a escola, cujo nome é também o seu apelido. “Gera do Dulce”, é ex-aluno, ex-presidente do grêmio estudantil e professor do educandário há 34 anos. Para ele “o governo está mais preocupado com os amigos e entregando cursos técnicos para a rede privada, ao invés de usar prédios públicos, o que ficaria mais barato”, declara. Conforme Gera, a própria localização da escola, em bairro de classe média, indica que seria mais adequado manter o ensino regular, enquanto a escola tempo integral seria mais aproveitada em regiões de vulnerabilidade. A partir da reunião desta quinta-feira, ele espera que a promessa seja cumprida.
A diretoria da Superintendência foi contatada, mas não respondeu até o fechamento da edição. A Secretaria Estadual de Educação também não retornou em tempo hábil.