educação

Comunidade teme fechamento da Escola Dulce Sarmento

Professores, alunos e servidores realizaram uma manifestação em frente à superintendência

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 11/07/2024 às 19:00.
Em 2024, tradicional escola de Montes Claros completou 60 anos de serviço educacional (Arquivo pessoal)

Em 2024, tradicional escola de Montes Claros completou 60 anos de serviço educacional (Arquivo pessoal)

Na manhã dessa quinta-feira (11), professores, alunos e servidores da Escola Estadual Professora Dulce Sarmento, uma das mais tradicionais de Montes Claros, fizeram manifestação em frente a Superintendência Regional de Ensino, a fim de sensibilizar o governo. Os manifestantes temem o fechamento da escola, que em 2024 completa 60 anos. A escola é de tempo integral e estaria perdendo alunos para as que mantém o ensino regular. Em 2024 não foram abertas turmas do sexto ano. A reivindicação é pela abertura de novas turmas do ensino regular e de cursos técnicos no período noturno. Nestes cursos haveria uma lista de espera, segundo manifestantes. Atualmente, o colégio está com três turmas do ensino fundamental, oito turmas no ensino médio, duas turmas do programa Educação para Jovens e Adultos (EJA) e um curso técnico em química.

Rhyan Santos Oliveira é aluno do primeiro ano do ensino médio. Ele participou da manifestação e diz temer pelo futuro da escola. “Eu tenho receio que escola seja fechada. Estudo no Dulce há cinco anos e se isso acontecer é uma perda para todos nós. Eu perco o convívio com meus colegas, o conteúdo escolar, o ritmo de estudo e o gosto de estudar. Não tenho outra escola em vista”, diz. 

Fabiano Matos, professor de biologia e práticas experimentais, um dos líderes do movimento, foi chamado para uma reunião com a diretoria da Superintendência durante a manifestação. Ao sair do encontro, ele conversou com a reportagem e informou que a conversa foi positiva. “As propostas foram lavradas em ata. Ficou acertado para 2025 a volta do sexto ano, do ensino médio parcial nos três turnos e cursos técnicos de Química, Libras e Informática no plano de atendimento”, informou. 

Geraldo Costa, diretor estadual do sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute), tem uma forte ligação com a escola, cujo nome é também o seu apelido. “Gera do Dulce”, é ex-aluno, ex-presidente do grêmio estudantil e professor do educandário há 34 anos. Para ele “o governo está mais preocupado com os amigos e entregando cursos técnicos para a rede privada, ao invés de usar prédios públicos, o que ficaria mais barato”, declara. Conforme Gera, a própria localização da escola, em bairro de classe média, indica que seria mais adequado manter o ensino regular, enquanto a escola tempo integral seria mais aproveitada em regiões de vulnerabilidade. A partir da reunião desta quinta-feira, ele espera que a promessa seja cumprida. 

A diretoria da Superintendência foi contatada, mas não respondeu até o fechamento da edição. A Secretaria Estadual de Educação também não retornou em tempo hábil.

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