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Maior cobertura de controle e combate a criadouros de vetores nos períodos que antecedem os picos de incidência de arboviroses – doenças causadas por insetos – e a manutenção desta estratégia quando há altos índices de casos. Essas são as medidas sugeridas por estudantes do curso de Biomedicina da Faculdade de Saúde Ibituruna (Fasi) para combater problemas como a dengue, a partir da análise de dados como o Levantamento do Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) em Montes Claros.
A conclusão faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o tema “A ocorrência de arboviroses acometidas pelo Aedes aegypti e correlação com histórico de índice larvário em bairros endêmicos”, de Andressa Carine Xavier Barbosa e Deyvid Aparecido de Sousa Santos.
Para chegar a esse resultado, os autores da pesquisa, hoje egressos da instituição, analisaram dados de 185 bairros da cidade, coletados ao longo de cinco anos e fornecidos pelo Centro Controle Zoonoses.
“Contamos também com dados fornecidos pela agência epidemiológica, em que eram descritos os casos confirmados de qualquer um dos tipos de arboviroses, com especificação do bairro onde o acometido pela doença habitava e a data do diagnóstico confirmado”, explicaram.
Orientadora da pesquisa e responsável pelo projeto, a docente doutora Barbara Kellen Antunes Borges destaca que o objetivo do trabalho foi analisar a ocorrência de arboviroses causadas pelo Aedes aegypti e correlacioná-las com o índice larvário do vetor. Na cidade, o LIRAa chegou a 5,9, o que significa que a cada cem domicílios, em quase seis havia focos do mosquito transmissor de febre amarela, zika e chikungunya. O máximo tolerado pelo Ministério da Saúde é 1.
A professora explica que, como se trata de arboviroses endêmicas, que são amplamente distribuídas no território nacional e associadas ao homem, a população brasileira encontra-se exposta à infecção de subtipos de arbovírus. Além disso, na ausência de uma vacina eficaz e tratamento especifico, tornam-se ainda mais importantes a manutenção e integração de uma vigilância epidemiológica contínua, a fim de direcionar métodos de controle e prevenção contra essas doenças.
Para fazer o trabalho, foi realizada a revisão da literatura sobre o assunto. A pesquisa é caracterizada como retrospectiva, quantitativa, transversal, experimental e comparativa, sendo feita com base em pesquisa documental.
PROBLEMA DE TODOS
Os pesquisadores destacam a importância da contribuição da população para o combate às arboviroses. “Os moradores podem e devem contribuir, mantendo a residência sempre livre de possíveis criadouros para o Aedes aegypti e, assim, minimizar a possibilidade de aumento de população vetorial”, diz a professora, que é especialista em Nutrição e Saúde pela UFLA, Mestre em Medicina Veterinária e Doutora em Ciência Animal com ênfase em epidemiologia e bioestatística pela UFMG.