Carlos Eduardo, poeta do amor, do acaso e dos melhores: primeiros versos vieram ao descobrir que com amor se conquista o mundo

Jornal O Norte
18/05/2006 às 10:30.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:35

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

O painel permanente de poesia Juca Silva Neto abre nova exposição de poemas, com a mostra Reminiscências imortais de uma vida, apresentando obras do poeta Carlos Eduardo Batista. De berço paulista e residente em Montes Claros há 21 anos, o poeta de 25 anos, retrata todas as faces do amor - seja o amor por outra pessoa, pela pátria e por Deus, sobretudo - em um estilo que ele chama de extremamente lírico.



Carlos Eduardo faz exposição estilizada, com poemas manuscritos e ilustrados com artes visuais para chamar a atenção do público




DESCOBRINDO A POESIA


Carlos Eduardo diz que a poesia em sua vida foi um acaso.

- Até os 18 anos detestava ler e jamais tive contato com qualquer tipo de arte mais ligada às letras. Nunca fui bom aluno. Mas uma canção da banda Legião Urbana que sempre ouvia falava que quando você aprende a amar o mundo pode ser seu. E eu não compreendia isso, não sabia o que queria dizer. Foi então que comecei a me interessar pelas letras das canções e quando dei por mim, estava escrevendo também. A princípio em fragmentos até que consegui compor minha primeira poesia e descobri que tinha inclinação para poeta, conta Carlos que diz que, apesar de apreciar muitos poetas, o que mais o inspira é na poesia única de Cassimiro de Abreu, que escreveu apenas um livro – Primavera - e morreu aos 21 anos.

REMINISCÊNCIAS

Na Mostra Carlos Eduardo faz uma exposição estilizada, com poemas manuscritos e ilustrados com artes visuais que ele diz produzir para chamar a atenção do público.

- Tento fazer um adendo à poesia. Faço o poema e tento chamar atenção com uma obra visual. As pessoas têm preguiça de ler e para chamar a atenção é preciso usar alguns artifícios e essa arte visual que faço é um deles.

Evidenciando suas andanças e a relação com as pessoas, Carlos diz que em seu trabalho tem pouco de si mesmo.

- O que fica de mim em minha poesia são pequenas partículas de convivência e falo sempre de Montes Claros, porque sou apaixonado pela cidade. De mim mesmo pouco tem. Falo mais da minha relação com as pessoas, de minhas andanças e tento tirar proveito de tudo. Na arte visual tento retratar a musa que ainda não encontrei, explica.

PROJETOS

A próxima meta a ser cumprida pelo poeta é a edição de um livro, reunindo todos os poemas já produzidos.

- Além do livro, também gostaria de participar mais ativamente das manifestações culturais e desse levante poético que começou com Aroldo Pereira. Montes Claros é pátria de Darcy Ribeiro, de Cyro dos Anjos e nós temos uma influência, que vem sendo embotada pela tecnologia. Participar desse resgate cultural é importante pra mim como poeta e cidadão.

PAINEL PERMANENTE

Com objetivo de abrir espaço para poetas iniciantes e veteranos, e estabelecer um diálogo com um público amplo, o painel permanente de poesia recebe poemas de autores de toda a região. Foi batizado de Juca Silva Neto em homenagem ao poeta corjesuense que viveu em Montes Claros por muitos anos e foi um agitador cultural atuante. José Pereira da Silva Neto, poeta popular na linha Literatura de Cordel, escreveu vários livros, dentre eles, Se o homem tivesse rabo, Manezin da Conceição e JK, Peixe vivo, e poemas como - Como eu vivi - premiados em todo país.

EXPOSIÇÃO

A exposição Reminiscências imortais de uma vida montada na biblioteca pública municipal Antônio Teixeira de Carvalho, no prédio do centro cultural, fica aberta à visitação pública até o dia 30 de maio. A entrada é franca.

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