Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Nesta sexta-feira 02, os amigos e admiradores que não puderam assistir ao show da cantora Fatel durante a 16ª Festa nacional do pequi terão a oportunidade de vê-la em um momento muito especial. Acompanhada de Zé Lu e banda Fatel canta a partir das 22 horas no Skala, prometendo muito forró tradicional com músicas de Luis Gonzaga, Dominguinhos, Pedro Boi, Charles Boavista, Téo Azevedo e suas próprias composições.
Há quinze anos Fatel não se apresentava na cidade e, segundo ela, esse show é uma novidade para seus admiradores, porque quando se mudou para São Paulo ainda não tinha definido um estilo de trabalho - o forró ela só adotou de vez depois que gravou o primeiro disco.
- Depois do primeiro disco, quando gravei a música Que coisa é o amor de Charles Boavista tive a certeza de que o forró era o que mais combinava com meu estilo - diz.
FESTA DO PEQUI
O show de Fatel, que estava previsto para o último sábado, cancelado por causa da chuva, aconteceu durante à tarde de domingo. Segundo ela, a chuva foi providencial, ainda que tenha adiado seu contato com o público porque a região estava precisando muito.
- Eu acho que a chuva foi mais importante que a minha apresentação. A festa se tornou muito maior. De qualquer forma, o show que eu tinha preparado para o sábado acabou acontecendo no domingo. E foi ótimo. Mas as pessoas que não assistiram vão poder conferir nesta sexta-feira. O repertório é o mesmo e a parceria com Zé Lu continua ainda mais afinada.
NOVO CD
O próximo CD de Fatel, que ainda não foi batizado, tem lançamento previsto para janeiro do ano que vem e, segundo ela, a divulgação será feita em todo o país, começando por São Paulo e, em seguida, por todo nordeste.
- Minha intenção é fazer um pré-lançamento na festa de Alto Belo que acontece no início de janeiro e, aproveitando que vou estar por aqui, quero fazer uma nova apresentação em Montes Claros. Depois disso, faço algumas apresentações em São Paulo, onde já defendo um certo espaço em casas grandes que trabalham exclusivamente com forró, cumpro a agenda de divulgação da gravadora, visitando as emissoras de rádio, depois viajo pelo nordeste, onde tenho meu maior público. A partir daí, vamos batalhar pelo mercado nacional. Espero que haja uma boa aceitação - planeja, animada.
UNIÃO
Fatel diz que durante os anos em que viveu em Montes Claros sempre lutou pela classe artística e buscou a valorização da categoria e que, ao chegar aqui, teve a grata surpresa de ver o resultado positivo dessa luta.
- Logo que cheguei, percebi uma diferença muito grande. Realmente as pessoas que trabalham na Cultura em Montes Claros estão muito mais unidas agora do que quando eu vivi aqui. Porque a nossa luta era para que os artistas se aproximassem mais, que ocupassem os espaços que o governo municipal tem para a arte e que quase sempre foram ocupados por burocratas; que a imprensa, o rádio, a televisão tivessem artistas falando de arte, porque entendem melhor do assunto. E agora eu vejo isso. E o mais interessante é que todos estão juntos. Eu estava na rádio, o pessoal do jornal me encontrou lá. Eu cheguei na secretaria de Cultura, o pessoal me encaminhou para a TV e em todos esses lugares fui recebida por pessoas que, além de bons profissionais no que fazem, ali, naquele momento, também são artistas: ator, cantor, cantora, artista plástico, bailarino... Achei maravilhoso isso: pessoas que fazem cultura administrando a cultura. Realmente, depois de tantos anos, a coisa está acontecendo. Valeu a pena nossa luta. Estou muito orgulhosa de fazer parte dessa história - conclui, emocionada.