Há 20 anos, nascia um projeto movido por uma convicção profunda: a de que compreender o ser humano em sua complexidade é essencial para transformar realidades. Em duas décadas de trajetória, o curso de Psicologia da FASI formou profissionais comprometidos com a escuta, a ética, a ciência e a construção de uma sociedade mais justa e empática.

Worney Brito é psicólogo clínico, consultor e supervisor em Psicologia Organizacional e do Trabalho, Psicologia Escolar e Educacional e em Diversidade. É professor do curso de Psicologia da FASI há 14 anos, mestre em Cuidado Primário em Saúde pela Unimontes e doutorando em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Ele ingressou como aluno no curso da FASI em 2007 e se formou em 2010, com a segunda turma da instituição.

“Comecei a dar aula na FASI em 2011 e estou lá desde então, como professor, supervisor de estágios, membro do Centro de Pesquisa e tendo sido membro do NDE por 8 anos. Como estou na FASI há 18 anos, participei ativamente de toda a dinâmica do curso, tendo passado por todos os coordenadores que aqui estiveram. Iniciei o curso já no 4º período, pois vinha de outras duas instituições”, conta.

Worney destacando que a maior contribuição do curso de Psicologia da FASI para a comunidade local é o reconhecimento.

“Penso que podemos falar em termos amplos, pela Psicologia como um todo. Somos reconhecidos por termos um curso que não fica apenas na teoria, mas possui uma prática supervisionada muito intensa, com profissionais extremamente dedicados e qualificados, inseridos nos contextos em que atuam (conforme recomendação do MEC). Isso permite que nossos alunos sejam muito bem-formados por pessoas que conhecem profundamente o campo em que trabalham. Temos sempre alunos aprovados em concursos e processos seletivos regionais, estaduais e nacionais — inclusive em primeiros lugares — e que atuam em diversas áreas da Psicologia, em vários estados, tanto na clínica quanto em outras especialidades”, declara.

Ao ser questionado sobre como enxerga os próximos 10 ou 20 anos do curso, ele diz:

“O curso foi formado em uma base muito sólida e, portanto, tem potencial para crescer ainda mais. Os desafios da Psicologia são constantes e, por isso, temos buscado nos adaptar da melhor maneira possível ao que o mundo e a sociedade contemporânea nos pedem, sempre embasados nos valores ético-profissionais da ciência psicológica. Já estamos revisando a matriz curricular para o próximo ano, e nela estarão inseridos temas e questões muito importantes. Desde o início, temos estágios obrigatórios em todo o sistema do SUAS e em parceria com o SUS. Fomos, por exemplo, pioneiros em trazer discussões sobre Gênero e Sexualidade enquanto disciplina. Buscamos a inserção em todas as áreas possíveis, desbravando espaços ainda inexplorados pela Psicologia — e certamente isso continuará a acontecer nos próximos anos.”

Carla Mendes Santos Teixeira é psicóloga graduada pela PUC Minas, neuropsicóloga, psicóloga hospitalar (CFP), especialista em saúde mental e atenção psicossocial. Ingressou como docente no curso de psicologia da FASI em 2007 e, desde 2018, ocupa o cargo de coordenadora do curso.

Para ela, a formação do psicólogo nesses 20 anos acompanhou transformações profundas da sociedade e da própria ciência psicológica.

“Se no início tínhamos um olhar mais voltado às abordagens clássicas e ao atendimento clínico, hoje o curso se consolidou de forma muito mais ampla, contemplando a diversidade de campos de atuação, a interdisciplinaridade e a inserção do psicólogo em diferentes contextos sociais, de saúde, educacionais e organizacionais. Evoluímos também no compromisso com a ética, a inclusão e a responsabilidade social”, afirma.

Sobre as mudanças que considera mais significativas no perfil dos alunos ao longo do tempo, ela comenta:

“Percebemos que os alunos de hoje chegam à universidade com mais acesso à informação, maior familiaridade com a tecnologia e um olhar mais crítico sobre as questões sociais. São jovens (e também adultos em transição de carreira) que buscam na Psicologia não apenas uma profissão, mas um propósito de vida. Ao mesmo tempo, enfrentam novos desafios emocionais, como ansiedade e pressão social, o que torna o espaço acadêmico também um lugar de acolhimento e desenvolvimento humano.”

Quando perguntada sobre como o curso tem se adaptado às novas demandas da sociedade e do mercado de trabalho, Carla responde:

“O curso incorporou novas disciplinas, metodologias de ensino e práticas que dialogam diretamente com as transformações da sociedade. Valorizamos a formação generalista, mas ao mesmo tempo buscamos oferecer condições para que o aluno compreenda a diversidade de possibilidades profissionais. Investimos em estágios supervisionados em diferentes áreas, ampliamos a articulação com serviços públicos de saúde e educação e desenvolvemos projetos de extensão que colocam o estudante em contato direto com a comunidade.”

Cristian Rodrigues, atualmente no 10º período, compartilha como enxerga seu futuro profissional como psicólogo:

“Vejo meu futuro como psicólogo com muitas possibilidades, mas com um desejo especial de atuar em áreas que me permitam levar cuidado em saúde mental e contribuir para o fortalecimento da população LGBTQIAPN+. Quero estar presente em contextos onde eu possa promover inclusão, saúde mental e bem-estar, além de desenvolver projetos que cheguem a diferentes comunidades. Também espero ser inspiração para outras pessoas, assim como meus professores(as) foram para mim.”

Sobre o impacto do curso em seu autoconhecimento, ele diz:

“O curso tem sido fundamental para o meu autoconhecimento e para o desbravamento dos meus limites e medos. Cada disciplina ou estágio me ajuda a olhar para mim de uma nova forma. A cada passo nessa caminhada, percebo a minha força e coragem ao enfrentar medos e inseguranças. Uma das maiores contribuições que o curso me trouxe foi a superação da timidez e o fato de eu deixar de ser uma pessoa retraída — algo que meus colegas e professores(as) também puderam acompanhar e perceber essa evolução. É um aprendizado constante de ressignificar vivências e de lidar melhor com minhas próprias emoções e gatilhos pessoais. O acolhimento tem um poder enorme de salvar e modificar vidas.”

E se tivesse que descrever o curso em uma palavra ou frase, ele não hesita:
“Transformador!”