Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

O concurso Arroz com pequi distribuiu prêmios aos três primeiros


colocados (Foto: Fábio Marçal)

O último final de semana em Montes Claros foi movimentado pelas festividades da 16ª Festa do pequi. Apesar da chuva que caiu insistente, o público compareceu aos shows, que trouxeram grandes nomes da música regional, além das delícias e aromas do fruto símbolo da festa.

Na sexta-feira, a noite foi comandada pelos cantores e compositores Charles Boavista e Carlos Maia, que resgataram pérolas de um repertório que matava a gente de saudade, além das músicas inéditas, resultado da parceria entre os dois artistas. Em seguida, houve a bela apresentação do cantor e compositor Vander Lee, de Belo Horizonte, que encantou o público com músicas de sua autoria já conhecidas nacionalmente nas vozes de artistas como Gal Costa, Alcione, Emilinha Borba, Leila Pinheiro e outros parceiros. A noite terminou ao som do forrozeiro Zé Lu e banda Asa Branca, que colocou todo mundo pra dançar coladinho.

SÁBADO

No sábado pela manhã, enquanto acontecia a feira pelos boxes e corredores do mercado central, a música rolava ao vivo, com exímia apresentação de Nô Violeiro e Campinese, o vozeirão do cantor gorutubano Cícero Billy Alves, trio Bêrrêmêlê, Noeno da Viola e Manoel, a bela figura e viola chorada de Herberth Lincoln acompanhado pelo percursionista Gladson Braga, Folia dos Peixoto com apresentação do cantador Téo Azevedo, o repertório ímpar de Jorge Santos, o pop com receita de arroz com pequi do cantor Bob Marcílio e muitos outros.

Além dos shows, houve atividades circenses para a criançada.  O cheiro de arroz com pequi pairava no ar, vindo das barracas e restaurantes do interior do mercado.

À noite, a festa foi animada pelos cantores Jorge Takahashi acompanhado do músico Marcelo Andrade, Pedro Boi, deixando tudo mais bonito com sua Mariana e o grupo Tambolelê. A apresentação da cantora Fatel não aconteceu, por causa da chuva.

DOMINGO

No domingo, com a coordenação da Asanorte, sob o comando de Josecé Santos, aconteceu o Festival de viola, que classificou em primeiro lugar a música Fazenda da esperança, de Cláudio Figueiredo, interpretada por Cláudio Henrique; em segundo lugar Amor Realizado, de Adão Reis e em terceiro lugar, As águas do São Francisco estão baixando, das irmãs Medeiros. Os três primeiros lugares foram premiados com R$ 500, R$ 300 e R$ 200 respectivamente, além de um belo troféu.

As vencedoras do concurso de arroz com pequi, que aconteceu às 14 horas e contou com doze concorrentes, foram Cláudia Zenite Soares, que ganhou R$500 – em segundo Maria José Ferreira Lima, com prêmio de R$ 400 e terceiro lugar, Dirce Ribeiro de Sá, ganhando R$300.

CHUVA SAGRADA

Com muita chuva, o que para o norte-mineiro é sinônimo de prosperidade e bonança, a festa encerrou na noite de domingo, com apresentação da dupla Jean Karlo e Stradeiro, Bruno e Fabiana, o cantor Sholmes Souto e o grupo de folia de reis de Engenheiro Navarro.

Segundo o secretário municipal de Cultura, João Rodrigues, a expectativa é que o  país possa voltar os olhos para as potencialidades do cerrado, mostradas durante a programação da festa, a partir dos fóruns, discussões e programas de reconhecimento ecológico e cultural.

- Nesta 16ª edição da Festa do pequi, buscamos valorizar mais a cultura regionalista e as tradições norte-mineiras, evidenciando o bioma cerrado como mapa das personagens de Guimarães Rosa e a importância que têm no contexto nacional, de forma a preservar as nascentes de identidade de cultura. Com relação às discussões sobre meio-ambiente, a idéia foi fazer uma análise com um olhar mais antropológico, buscando evidenciar as riquezas favorecidas pela geografia da região e os benefícios que proporcionam não só ao sertanejo, mas a toda população. Esperamos que o material levantado durante o evento seja suficiente para fazer um registro consistente, de interesse nacional, e que possa fazer parte das atividades curriculares das escolas de todo o país.

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