economia

Reajuste da gasolina afeta postos e consumidores

Aumento de R$ 0,10 na alíquota da gasolina no sábado (1º), de R$ 1,37 para R$ 1,47, alta de 7,14%

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 31/01/2025 às 19:00.
Jeandson Fonseca, trabalhador do setor de entregas, acredita que o reajuste do ICMS terá repercussão em todos os elos da cadeia de consumo (LARISSA DURÃES)
Jeandson Fonseca, trabalhador do setor de entregas, acredita que o reajuste do ICMS terá repercussão em todos os elos da cadeia de consumo (LARISSA DURÃES)

A partir deste sábado (1º), os preços da gasolina e do diesel terão um novo aumento em todo o Brasil, reflexo do reajuste no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com a mudança, a alíquota sobre a gasolina subirá R$ 0,10 por litro, passando de R$ 1,37 para R$ 1,47 — um aumento de 7,14%. Já para o diesel e o biodiesel, o tributo saltará de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro, um acréscimo de 5,31%. A medida foi aprovada em novembro pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e conta com o aval dos governadores de todos os estados. Segundo o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda (Comsefaz), a mudança garantirá um sistema tributário mais equilibrado e estável.

“Chegou na hora ruim. O Brasil tem passado por várias dificuldades. Já temos uma carga tributária gigantesca, uma das maiores do mundo, e foi um desacerto dos governadores aumentar o imposto”, afirmou o empresário Gustavo Xavier, dono de um posto de gasolina. Segundo ele, a medida contraria a promessa do governador Romeu Zema de não elevar tributos. “Infelizmente, ele descumpriu essa promessa e isso prejudica tanto os empresários quanto os consumidores”, diz.

A alta no ICMS significa um aumento na carga tributária sobre os combustíveis. “A gasolina, por exemplo, está chegando a R$ 2,35 apenas em impostos por litro. Isso impacta diretamente o empresário, que precisa aumentar seu capital de giro para comprar o produto, e também o consumidor, que verá os gastos diários crescerem”, explicou.

Sobre os motivos do reajuste, o empresário destaca que o estado busca ampliar a arrecadação de forma rápida e segura. “O combustível representa uma das maiores fontes de receita tributária, porque tem baixa sonegação. O ICMS é pago antecipadamente pelos donos de postos, antes mesmo de entendermos o real impacto da cobrança”, disse.

Quem também não está satisfeita com esse aumento é a aposentada Cléo Santos, que acredita que esta decisão agrava ainda mais a alta no custo de vida dos consumidores. “Para quem é aposentado como eu, é um absurdo. A gente não tem aumento nenhum e os preços só sobem. Mas fazer o quê, né? É Brasil, e é um desgoverno”, desabafou.

O aumento foi aprovado pelos governadores em novembro do ano passado. No entanto, para Cléo, a decisão poderia ter sido adiada diante da atual situação econômica. “Eles deviam ter dó da gente, porque todo dia é aumento de tudo. Agora mesmo estou vindo do supermercado, pelo amor de Deus. Está tudo muito caro. Café a R$ 80 o quilo, isso é um absurdo”, criticou.

A preocupação da aposentada se estende ao impacto do reajuste nos preços dos alimentos. “Claro que vai aumentar ainda mais. Eles repassam tudo, não perdem nada. Só sobra para a gente, que é o consumidor final”, afirmou.

Jeandson Fonseca, que é entregador, também considera ruim este aumento do ICMS. “Isso vai afetar em várias coisas, porque a gente precisa trabalhar todos os dias. No meu caso, que faço entregas de gás, o aumento acaba impactando também o preço final do produto. Isso generaliza tudo”, afirmou.

O impacto, segundo ele, será sentido em toda a cadeia de consumo. “O meu ganho diminui, o consumidor final paga mais caro, os clientes sentem no bolso. No fim das contas, é ruim para todo mundo”, lamentou.

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