ECONOMIA

Preços da gasolina e do diesel geram alerta no comércio

Para economista, aumento dos combustíveis afeta, especialmente, ‘pessoas de baixa renda’

Larissa Durães
Publicado em 21/08/2023 às 19:00.
Para comerciante, o impacto do aumento já é perceptível no trânsito (Larissa Durães)

Para comerciante, o impacto do aumento já é perceptível no trânsito (Larissa Durães)

Na semana passada, o consumidor foi surpreendido com o anúncio da Petrobrás acerca do aumento dos preços da gasolina e do diesel. Um dia após o comunicado, a gasolina tipo A sofreu um aumento de R$ 0,41, passando a custar R$ 2,93 por litro; e o diesel tipo A teve um acréscimo de R$ 0,78, elevando seu valor para R$ 3,80 por litro junto às distribuidoras. Apesar dos aumentos, a companhia declara que, até o presente momento de 2023, a variação acumulada nos preços dos combustíveis apresenta uma redução de R$ 0,15 por litro para a gasolina e de R$ 0,69 por litro para o diesel.

Entretanto, a explicação não serviu de alívio para o comerciante de Montes Claros, Reinaldo Ferreira Nunes, que considera qualquer aumento uma perda muito grande para os comerciantes. “Já tem meses no ano que o comércio é fraco, e com esse aumento impacta ainda mais, porque a gente vive de vendas e se não vendemos o impacto é muito grande”, frisa. Para ele, quando o comércio não está bem, “basta olhar para as ruas, e vai ver que tem poucos carros transitando, isto é sinal que o combustível está alto e o comércio fraco”, acredita.

Outros motivos para o aumento anunciados pela empresa foi o forte avanço dos preços do petróleo no exterior e a disparada do dólar nas últimas semanas que levaram a empresa a atingir o “limite da sua otimização operacional, incluindo a realização de importações complementares”. Além da nova política de preços que determinava o fim da política de paridade de importação (PPI).
 
EXPLICAÇÕES
Entretanto, segundo o economista, Aroldo Rodrigues, o preço do barril lá fora já vinha subindo a algum tempo. “O que acontecia, era que a Petrobrás não estava repassando este aumento”. O que para ele, caso continuassem com os preços baixos no Brasil, seria algo insustentável, pois, “ou a Petrobrás iria falir, ou o Governo teria que colocar dinheiro infinitamente”, assegura. 

Outro ponto importante para ressaltar, segundo o economista, é a política de paridade, “que antes era, se subiu lá fora, sobe automaticamente aqui dentro”. E, agora, com outra metodologia “isso não é feito de forma automática”. Contudo, ele ressalta que “é bom destacar que ainda não subiu o tanto que subiu lá fora. Ou seja, o preço continua defasado”, alerta. 

Para Aroldo, o preço defasado é ruim, porque a Petrobrás fica sucateada tendo prejuízos sucessivos. Outro ponto “é porque ao ter o represamento de preços, é igual a uma represa d’água, quando tem que soltar vem a enxurrada e alaga tudo. No caso dos preços, provoca inflação mais do que deveria se fossem aumentos paulatinos, acompanhando o mercado externo”, explica. 

Essa subida dos preços impacta na inflação como um todo, como explica o economista, principalmente quando se analisa o aumento do diesel. “Como o diesel é usado em transporte de cargas e fretes e no país temos uma matriz rodoviária forte, aumenta tudo com esse aumento nos combustíveis, e por isso, impacta em tudo, sobretudo para as pessoas de baixa renda”, finaliza.

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