Economia

Pesquisa revela que condições climáticas afetaram os preços em MOC

Larissa Durães
Publicado em 09/01/2024 às 22:40.
Voilson Ferreira da Silva, auxiliar-repositor de um supermercado da cidade, acredita que os preços elevados se devem ao excessivo desmatamento feito pelo homem (LARISSA DURÃES)

Voilson Ferreira da Silva, auxiliar-repositor de um supermercado da cidade, acredita que os preços elevados se devem ao excessivo desmatamento feito pelo homem (LARISSA DURÃES)

Montes Claros registrou o seu menor índice de inflação em seis anos, atingindo 4,29%, superando apenas o índice de 2017, que foi de 4,03%, como informado pelo Setor de Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Encerrando dezembro de 2023 com um índice de 0,68%, em comparação com os 0,33% registrados em novembro passado.

Embora seja favorável para a população de menor poder aquisitivo, a análise entre 2021 (10,32%), 2022 (9,52%) e 2023 (4,29%) revela uma inflação acumulada de 26,01%, ultrapassando o aumento de 20% no salário mínimo durante o mesmo período. “Isso é bom, porque, com alguns fatos que, sem sombra de dúvida, terão a inflação menor, isso é vantajoso, principalmente para a população com classe de poder aquisitivo mais baixo. O problema é que ainda não dá para comemorar porque não houve reajuste no poder aquisitivo suficiente para cobrir essa inflação no período”, diz a economista e coordenadora do IPC da universidade, Vânia Vilas Bôas.

No primeiro semestre de 2023, a inflação foi menor, segundo a economista, mas o cenário mudou de setembro a dezembro, principalmente devido aos aumentos nos preços dos alimentos — “Considerando que a alimentação representa o maior gasto percentual no orçamento das famílias, as projeções para 2024 indicam desafios significativos no controle da inflação em Montes Claros”, alerta.

Para Vânia, o último mês de 2023 trouxe um alerta, já que dezembro apresentou o índice mais elevado do período, superando até mesmo janeiro do mesmo ano. “O aumento nos preços de produtos alimentares, como carne bovina, arroz, feijão e óleo de soja, se destacou como um fator preocupante nos últimos meses de 2023”.
 
MAIS CARO
De acordo com a pesquisa, os preços dos gêneros básicos que compõem a Ração Essencial Mínima, composta por 12 produtos (feijão, arroz, farinha de mandioca, pão, carne, leite, açúcar, banana, óleo, manteiga, tomate e café), registraram alta de 2,24% em dezembro de 2023 contra 1,58% registrado em novembro passado.

O aumento foi sentido por Voilson Ferreira da Silva, auxiliar-repositor de um supermercado de Montes Claros — “Todo mundo tem dificuldade. As coisas estão bastante caras. Acho que é porque lá no Sul choveu demais, aqui foi seca demais, no nordeste seca, no norte seca e aí vai. É a própria resposta da natureza, né?! O homem desmatou demais a natureza e tudo. Nos velhos tempos que tinha antigamente de plantar e colher, não está tendo mais, não. Não está tendo esses períodos, né?! Aí está atrapalhando a economia, né?! Está atrapalhando a economia e muito, muito, muito. Agora que Deus nos salvou, porque Ele está mandando uma chuvinha para refrescar, porque o Norte de Minas é castigado pela seca”, lamenta.

Conforme a economista, nos últimos meses as condições climáticas adversas afetaram a produção de alimentos, resultando no aumento dos preços. A seca no Norte de Minas comprometeu o rebanho, pressionando os custos e afetando a oferta. Atrasos na safra do arroz devido ao excesso de chuvas na região sul do país também contribuem para as preocupações, impactando o abastecimento e elevando os preços. “Assim, esses desafios alimentam a expectativa de aumento nos preços desses itens básicos nos primeiros meses de 2024”, finaliza.

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