economia

Pesquisa revela faturamento dos empreendedores

Sebrae aponta que 70% dos empreendedores recebem até dois salários-mínimos

Larissa Durães
Publicado em 11/10/2023 às 19:25.
Para o empreendedor, José Maria Moura, não vale a pena crescer: “por que a demanda por funcionários é bem complicada” (Larissa Durães)

Para o empreendedor, José Maria Moura, não vale a pena crescer: “por que a demanda por funcionários é bem complicada” (Larissa Durães)

Uma pesquisa inédita do Sebrae revela que a atividade empreendedora representa uma oportunidade para assegurar emprego e renda. No entanto, quase 70% dos 29 milhões de proprietários de negócios (formais e informais) no país possuem rendimentos de até dois salários-mínimos (SM). Isso significa que sete em cada dez proprietários de pequenos negócios estão nessa faixa de renda. Mesmo assim, nos últimos anos, o desejo de ser dono do próprio negócio cresceu entre os brasileiros e já é o segundo mais mencionado pela população adulta, ficando atrás apenas do desejo de viajar pelo país. 

“Pois, tem benefícios como, por exemplo, a pessoa conseguir desenvolver as paixões dela, da maneira que mais lhe agrada. E ter um plano de vida autônomo, sem depender de um emprego formal, de um chefe. E além das outras possibilidades que o empreendedorismo dá de crescimento, de poder inovar, fazer algo com a própria marca, com as próprias digitais”, é o que acredita a diretora da Macrorre-gião da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas) Mulher, Ariane Galdino.

No país, os pequenos negócios representam 95% das empresas brasileiras, e 30% do Produto Interno Bruto (PIB). Mesmo sendo uma atividade desafiadora, o empreendedorismo, como mostra a pesquisa, traz a possibilidade de o negócio começar pequeno com perspectiva de criar escala. 

Entretanto, a mesma pesquisa mostra também que muitos empresários não querem crescer e optam pelo rendimento menor. Como o empreendedor José Maria Moura com uma loja em um shopping de Montes Claros, há 28 anos. “Porque a demanda por funcionários é bem complicada e tenho um pouco de desconfiança”, conta. Ele diz que o seu faturamento mensal fica em torno de seis salários mínimos. “Graças a Deus sou só eu e minha esposa, isso nos basta”, diz satisfeito. 

Em relação às mulheres, a pesquisa do Sebrae deixa claro que o menor rendimento (até dois SM) fica com elas (36%) dos quase 70%. Já em relação à raça/renda na faixa de até 2 SM a maior proporção é de negros (59%). Enquanto 72% dos que recebem mais de cinco salários mensais ou mais são brancos. 

Para Ariane, o motivo para que mulheres ganhem menos está relacionada a linha cultural de investimento em determinados nichos de negócios que dão este tipo de faturamento. “A maioria está ligada a alimentação, beleza, moda. Então, se têm muitas mulheres nesses seguimentos e às vezes esses seguimentos, tem o faturamento muito dividido, a concorrência é muito grande”, explica.

“Estes seguimentos que citei exigem muito mais do empreendedor, de inovar, de fazer coisas diferentes com uma gama de pessoas que não tem condição ou capacitação para poder desenvolver algo inovador que vai fazer com que o negócio dela fature mais que do concorrente. Então, acho que isso se dá ainda por conta dos nichos que as mulheres escolhem empreender”, finaliza Galdino. 

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