ECONOMIA

Pesquisa mostra grau de satisfação do trabalhador

Mais da metade dos brasileiros entrevistados afirmam gostar de seus empregos

Larissa Durães
Publicado em 17/10/2023 às 21:43.
Para 64% dos entrevistados, salário é um dos fatores mais importantes no emprego (Arquivo Pessoal)

Para 64% dos entrevistados, salário é um dos fatores mais importantes no emprego (Arquivo Pessoal)

Uma pesquisa realizada pela Ecossistema Great People & GPTW mostrou que 60% dos trabalhadores afirmam gostar do que fazem. O objetivo do estudo era compreender quais são as expectativas dos trabalhadores em relação ao trabalho ideal, considerando características da liderança, clima organizacional, benefícios e aspectos relacionados ao ambiente social e governança, entre outros. Entretanto, apesar de gostarem, os entrevistados identificaram que o trabalho impacta negativamente algumas áreas da vida, especialmente no que diz respeito à saúde física e mental.

Para a psicóloga do trabalho, Fernanda Farias Meira, o que faz o trabalhador gostar ou não do que faz perpassa a questão da identidade social. “O trabalho tem uma importante função na nossa vida na questão da identidade. Porque uma das primeiras perguntas que se faz a uma pessoa é o que ela faz na vida. Então, além do financeiro, entra a questão da fantasia, do imaginário, das perspectivas, das expectativas de vida”, explica. 

Em relação à insatisfação, Meira considera que quando se chega no ambiente de trabalh, as pessoas se frustram com a realidade de várias formas. “Por exemplo, ao baixo salário, isso pega muito. A questão dos relacionamentos interpessoais que se encontra no trabalho, se a equipe é motivada, o chefe costuma valorizar, faz o trabalhador gostar do que faz, o contrário desmotiva. E cobranças exageradas e exacerbadas, interferem na saúde mental do trabalhador”, pontua. 
 
DADOS
Entre os 1.300 profissionais das cinco regiões do país que foram ouvidos na pesquisa, 64% dos entrevistados consideraram o salário como um fator importante. No entanto, os aspectos relevantes na busca por um novo trabalho foram os valores e propósitos pessoais alinhados com a empresa para 72% e a flexibilidade para 67% dos entrevistados.

Para Andreia Pereira, chefe de cozinha há dez anos em Montes Claros, mesmo fazendo o que ama, admite que a profissão interfere em sua vida. “Por exigir todo o meu potencial e a minha presença, além do fato de que os horários não batem com os horários da família. Tenho então que abrir mão de muita coisa por amor a profissão”, explica. 

Andreia considera que a falta de comunicação no trabalho pode ser um problema. “Ser líder não é fácil, mas deve levar em conta a empatia, a delicadeza, e cada um tem seus problemas, então a compreensão é a melhor forma de liderar. O emocional dos trabalhadores é muito importante, só assim se consegue bons resultados”, completa. 

A.M, que trabalha em uma escola na cidade, diz que se pudesse, não trabalhava. “Na verdade, preferiria ficar por conta da família e não ter uma rotina tão cansativa diariamente. Por isso, o trabalho acaba sendo muito estressante pra mim. Porém, admito que há momentos que são muito agradáveis no trabalho também”, conta. 

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