“Os empresários devem entender que o crédito é fundamental para impulsionar o crescimento e a sustentabilidade dos pequenos negócios”, comenta superintendente do Sicoob (Larissa Durães)
O Índice de Confiança do Microempreendedor Individual (IC-MEI) de agosto, levantamento realizado pelo Sebrae com base nos setores de Comércio, Serviços e Indústria de Transformação, registrou um aumento de 4,2 pontos, refletindo um otimismo moderado entre os microempreendedores em relação ao futuro. Em comparação com agosto de 2023, o índice subiu 2,3 pontos, com o setor de Comércio se destacando ao apresentar um crescimento de 7,2 pontos.
“Embora o crédito esteja mais acessível, empreendedores do Norte de Minas ainda enfrentam dificuldades devido à burocracia, altas taxas de juros e falta de garantias e informações financeiras”, diz Samuel Costa Soares, superintendente da instituição financeira cooperativa Sicoob Credinor. Ele destaca que a baixa inclusão bancária também limita o crescimento na região. E ressalta que, ao buscar crédito, é importante que os empresários avaliem a linha contratada e considerem incentivos, como os oferecidos pelo Sebrae, em parceria com o FAMPE (Fundo de Aval para Micro e Pequenas Empresas). “Essa linha de crédito é voltada para capital de giro e direcionada ao desenvolvimento de micro e pequenas empresas, com acompanhamento especializado, garantindo o uso adequado e estratégico dos recursos”, afirmou Soares.
Para ele, entre as opções de crédito mais relevantes para a região estão o microcrédito, ideal para pequenos negócios, e o crédito para capital de giro, essencial para operações diárias. “Os empresários devem entender que o crédito é fundamental para impulsionar o crescimento e a sustentabilidade dos pequenos negócios”, concluiu.
As principais opções de crédito para empreendedores incluem: microcrédito, com taxas menores e prazos curtos para pequenas aquisições e capital de giro; crédito para capital de giro, para financiar despesas operacionais; financiamento de equipamentos, destinado à compra de maquinário com prazos mais longos; empréstimos para expansão e infraestrutura, com prazos maiores; linhas de crédito para exportação, com condições especiais; linhas do BNDES, com prazos favoráveis; e o FAMPE, parceria com o Sebrae, voltado para capital de giro de pequenas empresas.
“Peguei dinheiro para renovar minha loja, já que as festas que mais dão lucro estavam para chegar, como slack Friday, Natal e Ano Novo, mas tenho que admitir que continuam caros os juros”, diz Renata Fonseca, dona de uma loja de roupa feminina em Montes Claros.
TENDÊNCIA OTIMISTA
Segundo o economista Patrick Saraiva, os comerciantes norte-mineiros estão encontrando maior facilidade de acesso ao crédito, o que pode impactar positivamente o crescimento de seus negócios. No entanto, ele destaca que, embora os bancos estejam mais dispostos a conceder empréstimos, a alta taxa de juros (10,75% ao ano) atual representa um desafio. “Os empreendedores podem obter crédito com mais facilidade, mas a taxa de juros está muito alta, tornando o empréstimo mais caro”, explica. Saraiva ressalta que é essencial realizar uma análise cuidadosa da viabilidade do investimento, considerando se haverá demanda suficiente para justificar a expansão e se a empresa terá condições de suprir essa demanda. “Com as taxas de juros elevadas, o custo do crédito aumenta, o que faz com que muitos empreendedores hesitem em investir”, afirma.
Entretanto, com a aproximação do final do ano, há uma tendência de otimismo. “As vendas tendem a melhorar com a chegada das festas de fim de ano, como o Natal, e isso leva muitos empresários a investirem para aproveitar esse período de maior consumo”, conclui o economista.