Economia

Oposição ao aumento do ICMS em Minas Gerais

Fecomércio e sindicatos enviam manifesto contra aumento para Romeu Zema

Larissa Durães
Publicado em 11/12/2023 às 19:00.
Conforme empresários de MOC, infelizmente, aumento será repassado para consumidores (FREEPIK)

Conforme empresários de MOC, infelizmente, aumento será repassado para consumidores (FREEPIK)

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio) e 43 sindicatos empresariais do estado, incluindo o Sindcomércio Montes Claros, uniram forças em uma ação conjunta em defesa do setor empresarial. Os representantes entregaram um manifesto ao governador Romeu Zema (Novo) repudiando o aumento proposto na alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O documento destaca que as empresas mineiras não suportam mais o incremento na carga tributária, posicionando-se firmemente contra a elevação da alíquota de ICMS para preservar a competitividade e o crescimento local. 

As entidades afirmam também no manifesto que a justificativa do governo Zema para o aumento do ICMS, com base na suposta falta de autonomia e diminuição de arrecadação devido à Reforma Tributária em votação na Câmara dos Deputados, é insustentável e inadequada no momento atual. 

Para Glenn Andrade, presidente do Sincomércio Montes Claros, a intensa mobilização dos sindicatos empresariais reflete a preocupação não apenas das lideranças, mas também dos empresários mineiros em busca de uma solução para evitar, pela segunda vez, o aumento do ICMS no estado. “Com um novo aumento na Carga Tributária, corremos o risco de criar uma onda de desemprego e fechamento de estabelecimentos comerciais. Não há mais espaço para aumento de tributos; estamos sob um risco muito grande que poderá comprometer o equilíbrio das nossas atividades”, pontua.

Segundo ele, a proposta em discursão é que o aumento deva variar entre 2% a 3%. “O ICMS hoje é 18%, mas estão querendo aumenta-lo para 20% ou 21%. Se for assim a gente não vai aguentar”, afirma e completa. “Lembrando que já tivemos um aumento dos itens chamados supérfluos que não conseguimos barrar. E ele (Zema) já fez o aumento, na Assembleia Legislativa desses itens. E agora quer mais um aumento. Não dá”.

Já o empresário, Robson Alvarenga de Almeida, dono de uma madeireira, acredita que a corda vai quebrar na ponta final. “Se acontecer mesmo esse aumento, com esse salário que é realmente mínimo, o poder de compra vai ficar prejudicado. Por que nós (empresários) temos que repassar isso para o consumidor, não tem jeito. Então, todos perdemos, porque as pessoas vão diminuir o poder de compra que vinha acontecendo e melhorando gradativamente este ano. Vai ser um grande retrocesso”, lamenta. 

Já para Adria Leone, que trabalha com doceria, o preço das mercadorias é muito importante. “A alta de produtos é muito ruim, porque são os meus insumos que estão aumentando. Para eu repassar para o meu cliente, eu não vou conseguir aumentar essa margem. A ponto de ter lucro, digo. Se aumentar ainda mais, pode ficar impossível até de fazer esse trabalho. Porque já é tanta coisa com valor alto que para chegar lá no produto final fica difícil não repassar e por isso podemos perder clientes e ter que fechar”, ressalta.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por