Na última segunda-feira (15), foi encerrado o serviço de transferência por Documento de Ordem Crédito (DOC), após quase quatro décadas de operação no Brasil. Todos os Bancos do país deixaram de oferecer emissão e agendamento para transferências entre diferentes instituições, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. O anúncio do fim do DOC foi feito no ano passado, com a data limite de agendamento até 29 de fevereiro, marcando o encerramento definitivo do sistema. 

Criado em 1985, o DOC permitia repasses até as 22h, com a transação concluída no dia útil seguinte à ordem. Após esse horário, a transferência só era finalizada após dois dias. Também deixou de ser oferecida, a partir do mesmo dia e horário, a Transferência Especial de Crédito (TEC), utilizada por empresas para o pagamento de benefícios a funcionários. 

O DOC e a TEC perderam espaço nos últimos anos para o PIX, sistema de transferência instantânea do Banco Central sem custos para pessoas físicas. Segundo o Estudo de Pagamentos Gmattos, quase 47% das grandes lojas online no Brasil já oferecem algum tipo de vantagem para essa forma de pagamento.

O Diretor da Instituição de crédito em Montes Caros, Charles Andrade, expressa sua convicção de que as modalidades de transferência DOC e TEC estão sendo descontinuadas com acerto. “Sim, porque já estavam em desuso. Pouquíssimas pessoas estavam utilizando. Porque eram muito burocráticas”, explica.

Entretanto, Charles elucida que essas modalidades encerradas ainda podem estar circulando. “Não se consegue mais fazer um DOC e, nenhum TEC, certo?! Porém, os DOCs, que já estiverem circulando, serão agendados, eles serão processados até fevereiro. Nesse sentido. Você não faz um novo. E nem realiza um novo agendamento”, avisa.

Andrade destaca que a transição para o PIX nas lojas não se limita a economizar em taxas de transação das maquininhas, oferecendo descontos e benefícios. Ele ressalta a agilidade do PIX, destacando que os recursos são transferidos instantaneamente, proporcionando vantagens em comparação com o DOC, que leva um dia útil, e a Transferência Eletrônica Disponível (TEC), menos conhecida e utilizada, sendo restrita a empresas para transferências específicas de valores e créditos a funcionários.

Quem ficou aliviada com o fim dessa transação foi a empresária Marizete Lopes Nobre. “Não vou sentir saudade. Já estava ultrapassado”. Para ela, a modernidade da tecnologia é muito bem-vinda. “Tudo que facilita pra gente, é bem-vindo. Como o cartão de crédito e o PIX. Tudo é muito complicado hoje em dia pra gente também, né?! Então, assim, uma coisa que é certa, que você vê na hora que cai em sua conta é bom. E tudo que é burocrático, tá caindo por terra, né? Pode ir embora, né? Pode ir embora, vai, vai”, diz satisfeita. 

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