“O certo é saber fazer bom uso”, diz Aroldo Rodrigues. Montes-clarenses fazem planos
Da esquerda para a direita: Sabrina Guimarães divide o valor recebido em duas partes; Juciara Almeida sugere atenção com as datas de recebimento e Nátila Gomes vai usar o dinheiro para quitar pendências (Arquivo Pessoal)
Para quem recebe o 13º salário, o fim de ano é uma alegria quando se deparam com a conta mais gorda. Contudo, é melhor não sair gastando o dinheiro extra sem planejar: é importante fazer as contas para evitar a ressaca financeira depois do período de festas de fim de ano.
Afinal, janeiro é mês de gastos adicionais com IPVA, para quem tem carro, e material escolar e uniforme, para quem tem filhos. Neste caso, é prudente separar uma certa quantia para suprir estas despesas extraordinárias.
“Então, o certo é saber fazer bom uso e aproveitar a oportunidade dessa entrada extra”, ressalta o economista Aroldo Rodrigues.
É assim para a jornalista Nátila Gomes, que trabalha há oito meses com carteira assinada, e vê na chegada do 13º, que não será cheio, mas proporcional ao tempo trabalhado, uma ótima oportunidade para pagar contas.
“Vou quitar as minhas pendências para tentar virar o ano com o mínimo de dívidas possíveL. Sei que não vou quitar tudo, mas pelo menos uma boa parte”, diz, satisfeita.
PRESENTES E DÍVIDAS
Já Sabrina Guimarães Marques, consultora de vendas, que trabalha com carteira assinada há nove anos, e já tem as manhãs do que fazer com o 13º é um dinheiro esperado o ano todo.
“Tenho costume de separar o meu 13º em duas partes. Um pouco quero pagar umas dívidas, como parcelas da moto e do celular. E a outra parte quero utilizar para curtir o final do ano, comprar uma roupinha nova para passar a virada”, conta.
De acordo com o economista Aroldo Rodrigues, quando uma pessoa recebe o 13º salário, deve entender qual o melhor caminho entre quitar as dívidas, poupar para o ano seguinte, separar uma parte para consumo casual ou criar, ou aumentar sua reserva de emergência. Mas para isto, é importante entender qual momento financeiro a pessoa se encontra na vida.
“Se a pessoa tiver dívidas a pagar, é importante que ela utilize essa renda extra para fazer isso. Sabemos que os juros são altos, ainda mais na Selic atual, então não tem outra coisa que ela possa fazer que vai dar mais que o juro do que ela está pagando. Então vale a pena pagar a dívida e começar o ano sem endividamento”, aconselha.
“Já para quem não tem dívida, tem dois pontos importantes, no final do ano tem as questões das festas, das férias, uma parte disso vira consumo não tem mistério, e acredito que as pessoas devam se divertir e viver. Mas acredito também que ela tenha que poupar uma parte desse valor, porque deve-se poupar qualquer renda e tentar ter uma taxa de poupança”, explica Aroldo.
Geralmente as empresas pagam a primeira parcela do 13º salário aos trabalhadores de carteira assinada até o dia 30 de novembro e a segunda parcela até 20 de dezembro. Para a advogada trabalhista, Juciara Almeida, a remuneração natalina, ou seja, o 13º é um benefício a ser pago obrigatoriamente a todos os trabalhadores celetistas, estatutários e aposentados.
“O trabalhador que laborou os 12 meses do ano, terá direito ao 13º referente ao seu salário mensal. Já aqueles que trabalharam proporcional, apenas alguns meses do ano, terá direito ao benefício proporcional e o empregado que não recebeu o 13º salário, poderá pleitear rescisão indireta do seu contrato de trabalho”, explica.
Juciara chama a atenção para que todos os trabalhadores fiquem atentos com essas datas. “Para a percepção deste benefício”, reforça.