Elas estão no comando

Mulheres são hoje mais da metade dos empreendedores no país, aponta Sebrae

Larissa Durães
05/03/2022 às 10:22.
Atualizado em 05/03/2022 às 10:22
DEU CERTO - “Acredito que a cada dia, a cada resultado positivo de clientes eu tenho uma conquista”, diz Maria Fernanda Ruas (Arquivo)

DEU CERTO - “Acredito que a cada dia, a cada resultado positivo de clientes eu tenho uma conquista”, diz Maria Fernanda Ruas (Arquivo)

Cada vez mais mulheres estão à frente dos negócios – desde um pequeno salão de beleza a empresas grandes e bem estruturadas. Pesquisa do Sebrae revela que elas já são mais da metade dos empreendedores em todo o país.

Isso equivale a dizer que 30 milhões das pequenas e microempresas existentes no Brasil são gerenciadas por mulheres. Já entre os microempreendedores individuais (MEIs), elas representam 48% do total.

Para a presidente da Câmara das Mulheres Empreendedoras da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros (ACI), Ariane Galdino, a quantidade de mulheres gerindo o próprio negócio cresceu muito durante a pandemia.

“Antigamente, as mulheres empreendiam muito em salão de beleza, na área de comidas, coisas que fossem mais práticas para elas poderem conciliar com as tarefas domésticas e família. Hoje, estão empreendendo em outros ramos”, afirma.

E apesar de todas as dificuldades e entraves para abertura e manutenção do negócio, elas não desistem facilmente. Há 16 anos à frente de uma loja de construção em Montes Claros, Rejane Gonçalves Pereira afirma que a determinação feminina é o que prevalece para entrar no mercado e conseguir se manter nele.

Ela conta que as dificuldades para iniciar o empreendimento foram muitas, principalmente pelo fato de ser mulher. “Tive que fazer tudo sozinha. Não tive ajuda de financiamento de banco e notei que a razão disto foi porque sou mulher. Existe a cultura machista de que não damos conta, mas aviso: não tive homem nenhum do meu lado. O que tive foi só determinação de fazer e fazer dar certo”, enfatiza.
 
CORAGEM
Rejane conta que usou o dinheiro que tinha para comprar a casa própria e investiu em um negócio totalmente desconhecido, rezando para que tudo desse certo. “Minha irmã trabalhou em uma loja de construção por nove anos, eu tinha um dinheirinho, aí juntamos experiência e capital e abrimos a loja. Foi a determinação de algo melhor para mim e meus filhos que me motivou”, conta a empresária. Hoje ela emprega 15 funcionários.

Pandemia freia criação de novos negócios
O número de mulheres donas de negócios vem crescendo há vários anos, mas sentiu o baque da pandemia em 2020. No terceiro trimestre daquele ano, o Sebrae registrou uma redução no número de empresárias – passou de 9,9 milhões para 8,6 milhões de 2019 para 2020.

Ainda assim, continuam tendo papel importante no empreendedorismo brasileiro. E Minas Gerais é o segundo Estado em número de mulheres donas de negócios. São 771.410, o que equivale a 9% do total. O Estado fica atrás apenas de São Paulo, com 23%.

A consultora de imagem e estilo Maria Fernanda Ruas faz parte desse universo e diz que as dificuldades não foram poucas. A começar pela forma como as pessoas enxergam a atividade dela. “Muita gente acredita que uma consultoria de imagem é para transforma o guarda-roupa de alguém como objetivo de a pessoa ser mais estilosa, seguir moda, quando, na verdade, não é nada disso. Até usamos a moda como uma ferramenta, mas imagem e estilo têm a ver com o que você comunica para as pessoas sobre você”, explica.

Apesar dos desafios, Maria Fernanda afirma que empreender foi algo muito bom. “Acredito que a cada dia, a cada resultado positivo de clientes, eu tenho uma conquista. Hoje sou reconhecida em vários lugares pelo bom trabalho que venho desenvolvendo na área”, diz, confirmando estar realizada.

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