Segundo o engenheiro civil Douglas Marcos de Oliveira, não é suficiente apenas desejar empregar; é necessário contar com profissionais especializados para que isso ocorra (Douglas Marcos de Oliveira)
De acordo com o Boletim Informativo do Mercado de Trabalho Formal de Montes Claros, elaborado pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), o município manteve um saldo positivo em fevereiro, com um aumento de 118 novos postos de trabalho. Entretanto, o relatório aponta que, em 2024, o crescimento do número de trabalhadores vinculados em relação a 2023 foi de 0,13%, índice inferior aos cenários nacional e estadual, que registraram um crescimento de 1%.
Segundo os dados acumulados pelo Observatório do Trabalho, as atividades econômicas mais dinâmicas em Montes Claros foram as “Atividades de Teleatendimento”, que registraram 885 admissões e 847 desligamentos, e a “Construção de Edifícios”, com 310 admissões e 178 desligamentos em fevereiro.
No período analisado, o salário médio nas admissões foi de R$ 1.765,78, enquanto nos desligamentos foi de R$ 1.697,47. Esse movimento resultou em um aumento significativo de aproximadamente R$ 431,7 mil na massa salarial dos trabalhadores formais do município. Por outro lado, os setores da indústria e do comércio apresentaram saldo negativo. Na indústria, especificamente, as grandes empresas registraram um déficit de 287 postos de trabalho.
Segundo Roney Sindeaux, professor no Programa de Pós-Graduação Profissional em Desenvolvimento Econômico e Estratégia Empresarial da Unimontes, e Coordenador do Observatório do Trabalho do Norte de Minas, o saldo positivo em Montes Claros é impulsionado pela melhoria da dinâmica econômica e das expectativas dos empresários. O setor de teleatendimento, segundo ele, mesmo sendo um dos principais empregadores, “tem uma alta rotatividade”, o que indica crescimento e ampliação das contratações. Quanto à construção civil, para o professor, reflete a retomada do setor, com oferta de novos empreendimentos e recuperação de projetos anteriores. “O setor é intensivo em mão de obra, o que resulta em ampliação das contratações com o crescimento”, relata.
Para o engenheiro civil, Douglas Marcos de Oliveira, não basta querer empregar, tem que ter gente especializada para que isto aconteça. “Tem 15 dias que estou querendo contratar cinco pedreiros e três ajudantes, mas não acho. Porque a pessoa tem que entender ao menos um pouco sobre segurança, porque não basta a empresa ensinar e explicar, o empregado tem que conhecer bem o serviço, porque construir prédio pode ser perigoso para quem não entende do serviço”, relata.
Para ele, apesar da falta de mão-de-obra, o período está ótimo. “Bem aquecido para o nosso mercado e a expectativa é que vai ser assim o ano todo. Então, se especializem, porque a gente pode precisar de mão-de-obra por todo o ano”, avisa o engenheiro.